Num exercício de análise de discurso, fizemos algumas considerações acerca do discurso oficial sobre uma eventual intervenção militar, tema muito em voga durante a última greve dos caminhoneiros, por se constituir, estranhamente, como uma pauta de setores do movimento - possivelmente gente infiltrada, sem qualquer relação orgânica com os grevistas. Até setores do campo progressista deram pouca importância ao fenômeno, mas, o dado concreto é que brasileiros saíram às ruas para pedir uma intervenção militar, assim como já ocorrera no passado. Mas, curioso mesmo foi acompanhar, através do principal jornal de uma emissora de televisão que nunca demonstrou qualquer prurido democrático ou republicano, atores políticos estratégicos do atual governo darem declarações veementemente contra uma intervenção militar. Um deles foi tão enfático, mais tão enfático, que afirmou tratar-se de uma ofensa às Forças Armadas, a simples menção a uma intervenção militar. Se observarmos que esses atores são os mesmos que estiveram no epicentro da engrenagem que afastou a presidente Dilma Rousseff da Presidência da República, então, talvez possamos concluir não apenas por uma contradição, mas por uma falácia, Foucault, Nietzsche.
Na realidade, para ser bem sincero, esse tema tornou-se a ordem do dia em alguns segmentos já faz algum tempo. Durante a greve dos caminhoneiros, por razões obvias, o tema apenas entrou na pauta do dia.Naquele texto, que preferi manter em stand by nesses dias bicudos - falava de um marechal, comandante militar, um sociólogo conceituado mundialmente, e um líder camponês, que, no final da década de 50, se reuniam para discutir, imaginem, a reforma agrária no Brasil, notadamente na região Nordeste. Alguns anos depois, o general tornou-se o primeiro presidente militar, com o golpe civil militar de 1964, o sociólogo um dos poucos intelectuais brasileiros a apoiarem o golpe. E quanto ao líder camponês? nos perguntaria os leitores. É certo que amargou um exílio forçado no Chile. Quando voltou, num entanto, numa eleição em que disputavam o Governo do Estado de Pernambuco o ex-governador Miguel Arraes, e um usineiro, este líder camponês acabou celebrando um pacto com o representante da aristocracia açucareira.
Isso nos vem à mente por ocasião de uma proposta de um dos ministros deste governo no sentido de prorrogar a intervenção no Rio de Janeiro, para preservar o seu legado, o que já seria suficiente para produzirmos algumas reflexões, através desses editoriais. A questão , no entanto, é outra: Trata-se de um dos atores que, como afirmei no primeiro parágrafo, se colocou de forma contundente contra as intervenções, mostrando que nossa dupla de analistas de discurso têm razão: "Toda palavra é uma máscara, todo discurso é uma fraude"
Isso nos vem à mente por ocasião de uma proposta de um dos ministros deste governo no sentido de prorrogar a intervenção no Rio de Janeiro, para preservar o seu legado, o que já seria suficiente para produzirmos algumas reflexões, através desses editoriais. A questão , no entanto, é outra: Trata-se de um dos atores que, como afirmei no primeiro parágrafo, se colocou de forma contundente contra as intervenções, mostrando que nossa dupla de analistas de discurso têm razão: "Toda palavra é uma máscara, todo discurso é uma fraude"
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