A cada novo depoimento, fica mais evidente os acertos da linha de investigação adotada pela Polícia Federal em relação às motivações e execução da ex-vereadora Marielle Franco e o seu motorista, Anderson Gomes. Desta vez foi divulgado teores do depoimento do atual Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Marcus Amim, onde ele afirma que imagens que poderiam ajudar na investigação do caso foram entregues, mas solenemente ignoradas pelo então delegado encarregado do caso. Com sua expertise de policial, o secretário informa, igualmente, que teria fornecido o nome de pessoas com perícia técnica suficiente para atingir os alvos em movimento, numa lista que ficaria restrita a apenas cinco nomes, entre eles o de Ronnie Lessa, que acabou confessando que havia disparado a arma que matou ambos.
Sugere-se que esses nomes teriam sido igualmente ignorados à época como suspeitos. É preciso, no entanto, fazermos algumas ponderações por aqui. Alguns investigadores designados para esclarecer o caso cumpriram suas funções com brio. O miliciano Adriano da Nóbrega, por exemplo, teria sido descartado entre os suspeitos exatamente porque se descobriu que, no momento do assassinato de Marielle, ele estava escalado para outro serviço. Louvável o trabalho da Polícia Federal, uma vez que tudo converge para ratificar a linha de investigação adotada pelo órgão, que, num trabalho minucioso de investigação, conseguiu, finalmente, chegar às conclusões definitivas sobre uma tragédia, que já se arrastava há anos, sem que houvesse um desfecho, indicando, inclusive, o comprometimento do trabalho de agentes públicos, o que é mais grave.
Neste último depoimento voltou a ser mencionado o nome de Antônio Eugênio de Souza Freitas, mais conhecido como Batoré, que seria o braço direito de Adriano da Nóbrega. Batoré integrava o quadro da Polícia Militar do Rio de Janeiro e foi afastado depois de um processo administrativo onde era acusado de desviar armas da corporação. Afastado do quadro, tornou-se um dos mais perigosos e procurados milicianos do Rio de Janeiro. Impressionante como essas biografias de milicianos são similares.
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