Paulista é praticamente uma cidade sem opções de lazer. Quando éramos garotos, nos virávamos como podíamos, colhendo frutas nos sítios, batendo uma bola nos campos de várzea. Ao longo dos anos, destruíram boa parte da cobertura vegetal e sumiram os campos de pelada. Hoje foi dia de os paulistenses, sobretudo aqueles mais ligados ou filiados ao PSB, receberem a caravana 40. A prática política local é acentuadamente de corte clientelístico e fisiologista, não havendo espaço para um trabalho sério na condução dos poderes locais, de corte emancipador e republicano. Políticos profissionais atuam naquela quadra apenas com o propósito de se locupletaram de suas funções. Sabemos que essa análise pode ser generalizada para outras quadras, mas, naquela cidade, assume alguns contornos bem particulares, sobretudo em razão de sua histórica dependência de oligarquias tradicionais, a começar pela hegemonia dos Lundgrens durante décadas, que interditou sua população de uma participação mais efetiva sobre os destinos de sua cidade. Há carência de exercício de cidadania, o que cria as condições ideias para a manipulação política. Paulista vive uma eterna crise de representação política, com revesamento de políticos sem qualquer compromisso com as reformas estruturadoras que o município sempre reclamou. Um acordozinho de comadres, um simples loteamento de cargos cujo único objetivo são os benefícios imediatos e a garantia dos votos nas eleições seguintes. Em duas décadas de gestão socialista, não se conhece, por exemplo, nenhum projeto estruturador para a área de educação, cujos índices do IDEB são vergonhosos. É nessas condições que a caravana 40 chega ao município para apresentar os novatos Paulo Câmara como candidato ao Governo do Estado pelo PSB. O trabalho do secretário da área mais se parece com o de um colunista social, sempre simpático e sorridente, posando com as professoras em visitas programadas às escolas., se brincar, filando uma merendinha para parecer popular. Uma lástima.
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