Em depoimento à comissão estadual da verdade, do Rio de Janeiro, o ex-militar Paulo Malhães revela detalhes das atrocidades cometidas na chamada "Casa da Morte", em Petrópolis(Rio), um local utilizado pelos militares, durante o Regime Militar, para a prática de interrogatórios e torturas. Segundo Malhães, o principal objetivo da tortura era, além de entregar o "serviço", fazer com que os torturados passassem para o outro lado, o dos militares, tornando-se um infiltrado, assim como ocorreu com o cabo Anselmo, embora haja a suspeita de que ele sempre esteve do lado dos militares. Depois desse depoimento, o Rio de Janeiro surge como um dos locais onde mais haviam locais designados para a prática de tortura. Até bem pouco tempo, um outro militar revelou que naquele Estado, fornos de usinas de açúcar eram utilizados como crematório de presos políticos assassinados pelo regime. Um conhecido pernambucano, aqui de Olinda, possivelmente estava entre esses corpos cremados. No caso da "Casa da Morte", ainda segundo Malhães, os presos eram torturados e, quando vinham a óbito, seus dedos eram arrancados, sua arcada dentária igualmente, depois eram jogados ao mar com o abdômen dilacerado para que não emergissem à superfície. O militar conta essas atrocidades com uma frieza de detalhes que impressiona. Ontem, o Diário de Pernambuco trouxe, no contexto de uma série de reportagens sobre os 50 anos do Golpe de 64, uma matéria sobre uma versão da "Casa da Morte" olindense, conhecida como "Colônia de Férias", que deveria funcionar num antigo quartel do Exército, onde hoje está localizado uma loja do Supermercado Bompreço. Embora haja controvérsias sobre o local exato, de acordo com conversas com um cientista político muito conhecido no Estado, já falecido, o local era mesmo o quartel.
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