José Dirceu continua muito influente no Partido dos Trabalhadores. Tem inimigos? Sim. Dentro e fora da legenda. Inteligente, articulado, bem-informado, era natural que os tivesse. Zé foi um dos principais responsáveis - se não o maior - pela eleição do presidente Lula. Precisou aparar muitas arestas. Dentro e fora da agremiação. No partido existiam grupos radicais, absolutamente refratários ao jogo imposto pela democracia representativa. Fora do partido, o capital nutria forte resistência a um líder forjada na luta sindical, tido, à época, como um ator de inclinações socialista. Precisaram escrever até uma carta de compromisso, assumindo, entre outras coisas, que não quebrariam os "contratos". Em ambos os casos, Dirceu desempenhou um papel relevante. Assim que chegou lá, Lula o chamou para ocupar a Casa Civil, onde continuou cumprindo o papel de grande articulador do Governo Lula. Veio o escândalo do mensalão e ele foi defenestrado, indo às coxias, mas mantendo sua forte influência no Governo e na máquina partidária. Atropelado pelas circunstâncias políticas, Dirceu foi apeado da condição de um provável sucessor de Lula. Durante sua trajetória política, naturalmente, fez inimigos dentro e fora do partido. Isso vem a propósito de um artigo que anda circulando pelas redes sociais, escrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, comentado que integrantes da legenda teriam aproveitado o escândalo do mensalão para um "acerto de contas" com José Dirceu. Nada improvável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário