Neste ambiente de governança temerária, já seria de se esperar as escaramuças trocadas entre Governo e Oposição. Até recentemente, durante evento organizado pelo Ministério da Saúde, o presidente Lula anunciou que alguns ministros não são trocáveis. Era um recado àqueles que desejavam a cabeça da ministra Nísia Trindade. Agora é a vez do senador Ciro Nogueira (PP-PI), Presidente Nacional dos Progressistas, impor suas condições para que seus comandados negociem com o Governo. Segundo noticiário da imprensa, no dia de hoje, o senador estaria divulgando uma cartilha com aquilo que ele classifica de "cláusulas pétreas", ou seja, onde os parlamentares da legenda não podem ceder nessas articulações com o Governo.
Sobretudo em política, os blefes são recorrentes. Logo, logo saberemos quem vai ceder. Do ponto de vista do Centrão, os critérios republicanos nunca estiveram como uma carta na manga. Do ponto de vista do PT, a preocupação seria ceder onde, a rigor, não poderia, como em áreas nevrálgicas da gestão, essenciais para honrar os compromissos publicos assumidos durante a campanha. Se ceder nesse terreno, o Governo acaba.
Todos estão carecas de saber quais são os incentivos que guiam as decisões do Centrão. Por outro lado, o Governo precisa tomar muito cuidado nessas substituições de ministros. A charge de João Montanaro, publicada na edição de hoje do jornal Folha de São Paulo, chama a atenção para a substituição "preferencialmente" por mulheres. Já são duas cabeças degoladas e uma delas volta ao parlamento. Daniela Carneiro, hoje ex-Ministra do Turismo, pode ainda ser considerada uma pessoa da base de sustentação política de Lula? Eis aqui uma boa pergunta. Mesmo considerando a liberdade criativa do artista, convém observar que o campo progressista também ponderou bastante sobre a diminuição de representação de mulheres no Governo.
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