Aos poucos, assim como um artesão, vamos juntando os fios soltos para compor o novelho da tentativa de golpe do dia 08 de janeiro. Aquilo que podíamos antecipar por aqui, já o fizemos. Duas CPI's foram criadas para investigar aqueles atos e, embora haja o recurso do silêncio utilizado por alguns depoentes, nas entrelinhas, algumas fatos já foram esclarecidos neste enredo sinistro, tramado contra as nossas instituições democráticas. Amanhã, dia 11, teremos o depoimento do ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro, o Tenente-Coronel Mauro Cid, cujo celular traz alguns diálogos comprometedores, conforme já exaustivamente divulgado pela imprensa.
Assim como outros atores estratégicos arrolados até este momento, nossa previsão é a de que será difícil arrancar alguma informação importante do ex-ajudante de ordens, que teve sua carreira de militar enormemente prejudicada em razão daqueles episódios. Podemos até está enganados. Em todo caso, em terra de sapos, de cócoras com ele, conforme recomenda o ditado popular. Sabedores de que a tendência do emprego da estratágia do silêncio é a mais provável, membros da CPMI já advogam a tese de usar a convocação da mulher do militar para estimulá-lo, digamos assim, a falar durante o depoimento.
O que sempre foi dito é que o militar, formado nas forças especiais, teria uma capacidade incomum de suportar trancos, o que seria condizente com sua formação, onde é treinado para enfrentar situações do gênero. Há vários fotores em jogo, entretanto. Inclusive os reflexos do abandono do militar por parte de atores que estiveram direta ou indiretamente envolvidos naqueles episódios. O enredo é complicado e, em último análise, ele não estaria disposto a ir para o sacrifício sozinho.
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