Deu o esperado. Atendendo a uma estratégia pré-estabelecida com sua assessoria técnica, o tenente-coronel Mauro Cid compareceu à CPMI dos Atos Antidemocráticos, no dia de ontem, 11\07, mas manteve o silêncio sobre as questões que poderam incrimá-lo e até sobre questões irrelevantes, que não poderiam ser enquadradas neste escopo, como, por exemplo, sobre a sua idade. O Presidente da Comissão, o Deputado Federal Arthur Maia(UB-BA), inclusive, alertou que poderá entrar com uma representação junto ao STF, comunicando a atitude do depoente, segundo avaliações, contrariando determinação daquela Corte. Nem tal advertência, comunicada aos seus advogados, mudou o cenário.
Mauro Cid permaneceu impassível durante toda a audiência. Confiamos bastante no trabalho do presidente Arthur Maia, consideramos que ele vem conduzindo o trabalho de forma serena, equilibrada, democrática e republicana, como já se previa pelo seu perfil. Por outro lado, em setores da mídia e entre alguns parlamentares está se formando um consenso de que a CPMI dos Atos Antidemocráticos, mantida as atuais circunstâncias dos trabalhos, pode estar sendo esvaziada, perdendo o seu norte, o que a tornaria improdutiva no final. A responsabilidade não seria do seu presidente, assim como de sua relatoria, registre-se.
Sem que os principais artífices da tentativa de golpe de Estado se pronunciem, ajudando a emendar os fios soltos, aliada à força da oposição durante os trabalhos -embora ancorada em narrativas estapafúrdias - o andamento dos trabalhos vem produzindo alguns reveses para o Governo, como a convocação do general Gonçalves Dias, ex-Ministro-Chefe do GSI durante aqueles episódios. É bom que se diga que Gonçalves Dias fala, até porque não tem nada a esconder. O general assumiu uma postura eminentemente republicana durante os trabalhos da CPI distrital que trata do mesmo assunto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário