Num país de regime democrático, um Presidente da República dever manter uma postura de temporalidade ou de desprendimento em relação ao cargo que ocupa. Não é de bom alvitre um presidente muito apegado ao cargo, afirmando que Só Deus o tira dessa cadeira, ou mesmo Eu vou ficar aqui por algum tempo. É preciso ter clareza que um mandato presidencila se expira em quatro anos e, numa democracia, deveriam existir, de preferência, dois rodízios: o de carnes e o de poder. O homem público que exercer tal cargo precisa entender, em princípio, que a alternância de poder é um pré-requisito básico das democracias representativas.
Um indivíduo que permanece muito tempo no cargo passa a aprofundar a confusão entre o público e o privado, fronteiras que nunca estiveram muito bem definidas no país, meu caro Sérgio Buarque de Holanda. Aqui na província pernambucana um cidadão passou mais de três décadas exercendo o cargo de presidente de uma instituição. Pouco tempo depois de entregar o cargo, morreu. Amiúde, se dizia que ele morreu da instituição tal. A ausência de um pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro sobre o resultado das eleições de domingo está alimentando inúmeras especulações. Com o agravemtno dos problemas dos bloqueios dos caminhoneiros nas rodovias federais, aí sim, é que esse mistério assume contornos de um romance policial escrito por John Le Carré.
Segundo comenta-se, ele havia se recolhido aos aposentos do Palácio do Planalto, na companhia apenas do seu filho Flávio Bolsonaro. O que a princípio poderia ser explicado por um mal-estar com os resultados das urnas, começa a produzir outras especulações. São mínimas até mesmo as notícias emitidas pelos seus assessores mais diretos, Como o Ministro-Chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. Em meio a esse mistério, o Presidente do TSE, o ministro Alexandre de Moraes, determinou à Polícia Rodoviária Federal que desbloqueasse imediatamente as rodovias federais, sob pena de multa diária de cem mil reais.
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