O mercado tem uma lógica toda própria, toda especial. Governante bom é sempre aquele que não oferece risco à sua lógica de reprodução do capital ou acumulação de lucro. Em tese, a lógica não é orientada por injunções políticas, salvo quando tais políticas possam atrapalhar os seus planos. Grosso modo, certamente, este foi um dos problemas dos regimes de economia planificada introduzidos na antiga URSS e em países do Leste Europeu. A ausência, por exemplo, de um nome que possa ditar as diretrizes das políticas econômicas no próximo governo já produziram muitas inquietações.
As declarações do futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva, então, fez a bolsa desabar e o dólar subir ao teto. Para o mercado, a responsabilidade fiscal está muito acima - em escala valorativa - do que a responsabilidade social. Lula, um governante sensível aos problemas sociais do país, fez apenas tal questiomanto ético. Desde a campanha que o petista replica neste assunto, observando que se fala muito em teto disto, teto daquilo e se esquece de mencionar o teto da fome, o teto do teto, o teto da miséria, o teto da insegurança alimentar, que já colocou no limbo mais de 33 milhões de brasileiros, transformados em prioridade número um do seu governo.
No período pré-leitoral, quando a irresponsabilidade fiscal correu solta, sem freios, as maiores críticas não vieram do mercado, mas dos formadores de opinião e do parlamento, o que evidencia a "seletividade" do mercado, ou seja, os chiliques de hoje estão relacionados, sobretudo, às possibilidades de se fazer "besteiras" para tentar atender às demandas do andar de baixo da pirâmide social. Trata-se de uma tarefa hercúlea tentar mudar a mentalidade de nossa elite escravagista.
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