No futuro, lançando-se um olhar mais atento sobre as coxias da política pernambucana - principalmente sobre os padrões de relações estabelecidos entre os núcleos socialistas que se aglutinam no PSB - poderão nos trazer alguns dados importantíssimos para compreendermos melhor a dinâmica de nossa quadra política. Depois de construir toda uma trejetória política de contraponto aos núcleos mais duros dos socialistas, por exemplo, a candidata Marília Arraes(SD-PE) cometeu suicídio político ao encampar um processo de reaproximação com os socialistas, quando o eleitorado pernambucano já havia decidido apeá-los do poder.
O governador Paulo Câmara foi um desses quadros técnicos pinçados pelo ex-governador Eduardo Campos, para assumir funções políticas. Por alguma razão, o ex-governador não confiava no núcleo político que gravitava em torno de sua liderança. Geraldo Júlio foi outro técnico que deixou suas funções para assumir a Prefeitura da Cidade do Recife. Por manterem perfis idênticos, ambos passaram a estabelecer um padrão harmonioso e integrado na relação, sobretudo depois da orfandada produzida pela morte do ex-governador.
Implicitamente, estava acordado que Geraldo Júlio seria, nessas últimas eleições, o nome dos socialistas para disputar o Governo do Estado. Depois de dois mandatos à frente do Palácio Antonio Farias, Geraldo Júlio entrou num processo natural de fadiga de material. Somado a isso, suas relações com o governador passaram a extremecer ele acabou sendo preterido na indicação para disputar o governo. Nos escaninhos da política, comenta-se que Geraldo Júlio teria ficado bastante aborrecido com o fato.
Esse grupo técnico, depois da morte de Eduardo Campos, seguia à risca as recomedações dos herdeiros do ex-governador. Hoje se pode falar, claramente, que o PSB local já não se constitue num único grupo político, sob o comando da direção da legenda. É como se houvessem sublegendas ou nucleações de interesses distintos, possivelmente conflitantes. Eleito Lula presidente, começaram as especulaçoes sobre o nome do governador Paulo Câmara para ocupar um ministério em Brasília.
A relação de Paulo Câmara com o ex-futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva é muito boa. Como disse antes, em outro editorial, a relação do governador com o PSB nacional continua intacta, o que vale dizer que ele está prestigiado. Seus problemas e indisposições estão concentrados aqui na província. De acordo com a coluna do jornalista Cláudio Humberto, seu nome está na bolsa de cotação para ocupar o Ministério da Educação.
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