Crédito da Foto: Janaína Pepeu |
Acabei de ler a entrevista concedida pela futura governadora do Estado, Raquel Lyra(PSDB-PE), à revista Veja, em suas tradicionais páginas amarelas. A entrevista foi bem conduzida, de forma bastante equilibrada, talvez com o propósito de não produzir ou entrar em polêmicas desnecessárias. Com uma longa experiência na vida pública - apesar de jovem - Raquel Lyra parece-nos ter adquirido uma espertise que deve ajudá-la bastante na condução da máquina estadual. Sabe que as expectativas da população são enorme, sobretudo depois que o Estado passou a acumular uma série de problemas estruturais, com indicadores caóticos na área de saúde, economia, emprego, mobilidade urbana, empobrecimento da população. Forjado, nos últimos anos, numa cultura política orientado por interesses particulares, o Estado deixou de cuidar das pessoas.
Tornou-se um dos Estados mais pobres do país, agravado pela condição de um ambiente péssimo para novos investimentos. Há mais gente recebendo recursos do Auxilio Brasil do que com empregos de carteira assinada. Raquel, portanto, terá um enorme desafio pela frente. Na entrevista, Raquel identifica esse debacle do Estado a partir do período em que o ex-governador Eduardo Campos faleceu naquele trágico acidente aéreo, produzindo uma orfandade prematura no seu grupo político no Estado. Raquel Lyra inicia um governo, em princípio, sem grandes arestas, com os canais bastante desobstruídos. Através do vice-presidente Geraldo Alckmin(PSB-SP), já teria entabulado os primeiros contatos com o futuro governo Lula.
Curioso que Raquel aponta esse distanciamento das bases como um dos principais problemas do seu partido, o PSDB, que terá uma missão hercúlea de se reinventar a partir da agora, tendo em seu nome um dos trunfos principais. É interessante que, embora com origens distintas - o PSDB é um partido surgido no parlamento enquanto o PT é um partido de base - embos tenham enfrentado problemas em suas relações com setores mais orgânicos da sociedade. Estamos escrevendo um artio sobre o seu pai, João Lyra, a raposa política que desceu do agreste para o asfalto, tendo eleito a filha governadora, que também não deixa de ser uma espécie de "revanche' contra as estruturas socialistas que impediram sua candidatura ao Governo do Estado lá atrás.
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