O nível dessa campanha presidencial não foi dos mais civilizados, como se sabe. Não é muito saudável se chegar a tal conclusão, mas as circunstâncias politicas construídas nos últimos anos não poderiam produzir outro desfecho. Hoje li um artigo que falava bastante contra essa radicalização, praticamente implorando para baixarmos as armas e buscar a serenidade nesses tempos bicudos que vivemos. Hoje se torna um pouco canhestro se falar sobre as experiências do chamado socialismo real. Ex-repúblicas do Leste Europeu, como a Hungria, hoje são lembradas como péssimos exemplos de regimes autoritários em relação aos quais se espelham alguns grupelhos ou próceres atores políticos tupiniquins, que desejam o mesmo para o país.
Mas, bem lá atrás, quando as utopias ainda eram possíveis - hoje estamos num momento de distopias - no bojo dos movimentos que culminaram com a Revolução Russa de 1917, uma grande liderança política iria se sobressair naquele período: Vladimir Ilyich Lenin. Nossa admiração por este líder soviético visionário - que morreu jovem, com 53 anos de idade - não é nem tanto pela sua luta pela de construção de uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária - louvável, mas que depois apresentaria vários dificuldades de viabilização - mas pelas estratégias de luta utilizadas no processo revolucionário.
O cara era um estrategista único. Um irmão seu, menos prudente e mais intempestivo, foi preso e morto pelos adversários, pela simples razão de ter se precipitado. Lenin deixou muitos bons livros escritos, mas gostaria de lembrar aqui apenas uma recomendação do líder russo - em condições específicas, como ele gostava sempre de frisar - onde ele recomendava que se espalhassem sobre os adversários as mesmas mentiras ue eles estavam disseminando sobre você. Em linguagem amiúde, usar as mesmas armas do adersário.
Quando a mentira passou a ser usada profissionalemtne no nosso cotidanao político, tornando uma arma poderosoa contra os adversários, conduzimos ao poder pessoas que não estavam à altura do cargo. Ancorado em suportes de assessor norte-americano, a campanha de um determinado candidato sagrou-se vitoriosa naquelas eleições. Eles obteriam um grande capital político e espertise pelas redes sociais, algo que a equipe de Lula, sozinha, não iria fazer frente. Eles contavam com esse capital para virarem o jogo, como em momentos anteriores.
Neste sentido, o concurso de três personalidades emblemáticas fizeram a grande diferença em favor da candidatura de Lula, conforme observa o jornalista Matheus Leitão, em sua coluna no site da revista Veja. São eles Paula Lavigne, Felipe Neto e André Janones, este último o mais radical de todos, aquele que empunhou as mesmas armas do adversário para enfrentar o bolsonarismo pelas redes sociais. Isso representou muito custo, penalidades, petardos atirados de todas as partes - de aliados da própria campanha, que não concordavam com tais métodos - mas representou, sobretudo, um antídoto importante para se contrapor às inúmeras mentiras disseminadas pela campanha do adversário, um fator que pode ter sido determinante para a vitória do petista.
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