O bolsonarismo não morre com a saída de cena do ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar de inelegível até 2028, seu capital político está longe de arrefecer. Tal condição de inelegível, segundo alguns observadores, pode, inclusive, até ampliar esse capital político. A questão agora é saber quem será ungido com o esse espólio político, já em níveis de acirradas disputas entre os ilustres representantes da direita e da extrema-direita. Generais como Erasmo Dias estão sendo homenageados - o que representa um retrocesso tremendo, num pais que nunca conviveu muito bem com a justiça reparativa ou de transição.
Para não ficar atrás, até o fascista Benito Mussolini foi citado esta semana, por um governador de Estado, por ocasião da decretação de inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nos bastidores - ou seria estertores? - do bolsonarismo mais radical estamos presenciando um campeonato macabro para se saber quem mais se aproxima do perfil ideal da extrema-direita. Em São Paulo, Tarcísio de Freitas, num flagrante desrespeito às vítimas da Ditadura Militar de 1962, se esmera nessas homenagens aos algozes da democracia e do desrespeito aos direitos humanos. As ervas daninhas estão vicejando.
Logo após saber do resultado do seu julgamento junto ao TSE, o ex-presidente Jair Bolsonaro fez questão de enfatizar que o jogo ainda não havia acabado. A sua esposa, Michelle Bolsonaro, também se apresenta como herdeira legítima desse espólio político. Seus movimentos indicam que ela estaria no páreo para as próximas eleições. Pretensão em princípio rejeitada pela própria família Bolsonaro, diante desses fatos novos, quem sabe ela não tem alguma chance de assumir esse papel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário