Não deixa de ser interessante, sobretudo em razão do que isso possa representar, alguns comentários de atores políticos relevantes do PT local acerca da força eleitoral da agremiação na quadra política pernambucana. Isto ocorreu exatamente quando se estava em jogo a decisão do prefeito João Campos(PSB-PE) acerca da definição do nome do seu assessor, Victor Marques(PCdoB-PE) para compor sua chapa de reeleição, na condição de candidato a vice-prefeito. O movimento, além de inútil como se verificou, sugere-se que teria sido um recado no sentido de assegurar o espaço do partido no conjunto de forças que apoiam o atual gestor do Recife.
É sempre arriscado fazermos aqui quaisquer projeções para as eleições estaduais de 2026, mas a principal liderança do partido no estado, o senador Humberto Costa, precisará renovar seu mandato. Pelo capilaridade política assumida pelo senador, o Planalto jamais deixaria de endossar seus projetos aqui na província. Desde a época da eduardolização da política pernambucana sempre se afirmou que o PT perdeu uma ótima oportunidade de se constituir numa força política relevante no tabuleiro da política pernambucana. Talvez até um pouco antes desse projeto hegemônico do ex-governador, guiado por um pragmatismo político avassalador, capaz de integrar, até mesmo grandes desafetos do passado, a exemplo do ex-governador Jarbas Vasconcelos.
A questão é simples. O partido passou a adotar um procedimento mais individual do que coletivo, conduzido por setores burocráticos\oligárquicos, muito mais preocupados com seus projetos pessoais. Foi exatamente este grupo que alinhavou alianças com os socialistas, barrou as aspirações dos grupos mais orgânicos, satisfazendo seus interesses ao ocupar espaços na burocracia estadual, num primeiro momento, e na máquina municipal mais recentemente. É essa tendência que decide os rumos do partido no Estado. Nesta última aliança com João Campos, procede, por exemplo, a preocupação sobre como a militância autêntica da agremiação irá se comportar em relação ao candidato que a burocracia da agremiação resolveu apoiar.
Até a assessoria do prefeito já fez este cálculo político, entendendo que tais eleitores possam migrar para a candidatura de Dani Portela, do PSOL. Caso a fatura não seja liquidada ainda no primeiro turno, como se presume, a princípio se prevê que tanto a candidata quanto os seus eleitores acompanhem a reeleição de João Campos. O espaço aqui é insuficiente para fazermos toda uma avaliação dessa autocrítica do PT pernambucano. Mas, gradativamente, vamos deixando nossos comentários por aqui.
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