No último dia 04 de julho, através de portaria publicada no Diário Oficial da União, o Governo Lula recria a Comissão de Mortos e Desaparecidos, extinta durante o Governo de Jair Bolsonaro. É difícil fazer aqui alguma previsão sobre o trabalho que será executado pela comissão, com membros novos, pessoas sérias, todos comprometidos com princípios democráticos e republicanos, imbuídos, certamente, dos melhores propósitos.
Há de se considerar, no entanto, algumas circunstâncias, como, por exemplo, os limites institucionais impostos, desde a primeira comissão criada, ainda no Governo da ex-Presidente Dilma Rousseff. Se, neste aspecto, a Argentina, como brinca um colega professor - brincando, aliás, com coisas sérias - aplicou uma goleada de 48XO no Brasil, aqui até um museu da liberdade, a exemplo do que ocorreu no Chile, foi desestimulado. O professor faz referência ao número de torturadores punidos na Argentina, alguns deles até com prisão perpétua.
Neste momento, o país ainda se esforça para se recuperar de uma ressaca autoritária, de colorações fascistas, com o incremento da politização das forças armadas. Trata-se de um ambiente sensivelmente adverso este que nos encontramos. Mas, não sejamos assim tão pessimista. Hoje, dia 10, uma boa notícia tratando deste assunto. O livro As Comissões da Verdade e os Arquivos da Ditadura Militar no Brasil, de Mônica Tenaglia, é o finalista do Prêmio Jabuti Acadêmico na área de História.
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