Crédito da Foto: Thiago Coelho\PT
Pelo menos isso o PT entendeu. A identificação dos evangélicos com o o bolsonarismo se dá, sobretudo, através da agenda de costumes. Por aqui o PT jamais construiria uma ponte de reaproximação como esses grupos neopentecostais. A adoção de uma agenda de políticas públicas na área social e econômica, por outro lado, poderia, sim, quebrar, em parte, a resistência desses grupos em relação ao partido. Jamais apostaríamos aqui numa nova lua de mel, como já se verificou num passado distante. A última pesquisa de avaliação do Governo Lula 3, por outro lado, realizada pelo Instituto Quaest\Genial, sugere que as resistências estão sendo quebradas.
Trata-se de um mingau quente que precisa ser comido pelas beiradas e talvez só fique mesmo nas beiradas. A extrema direita sugere oferecer melhores condições políticas para esses grupos neopentecostais. É como se estivéssemos tratando aqui de um alinhamento natural. Um projeto de poder que não se coaduna-se com o Partido dos Trabalhadores, mas casa como uma luva com o ideário da extrema direita. Daí se entender que tal reconciliação absoluta seria algo impensável. Até uma pessoa com grande expertise na área, pois é evangélica, a deputada federal Benedita da Silva, desde as últimas eleições, deu este conselho aos dirigentes da legenda.
Do ponto de vista da área econômica, a trincheira tem sido o Banco Central, apontado pelos líderes da legenda como um órgão que atravanca, deliberadamente, os projetos do partido. Campos Neto deve deixar o cargo, mas já existe quem esteja sugerindo uma devassa da devassa no órgão. Do contrário o partido continuará sofrendo refregas, como esta última do Copom, onde até indicados pela legenda votaram contra as resoluções do Planalto.
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