Como se dizia antigamente, por uma dessas infelicidades do destino, as liminares impetradas com o propósito de impedir a posse do Ministro da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva, serão apreciadas pelo ministro Gilmar Mendes do STF. Por que afirmamos tratar-se de uma infelicidade? é que o ministro Gilmar Mendes, em entrevista, logo após tomar conhecimento da notícia de que Lula assumiria a Casa Civil do Governo Dilma Rousseff esboçou uma reação de descontrole, aprioristicamente reprovando a medida. Nos parece que a decisão é tomada através de um sorteio. Caiu o nome de Gilmar Mendes.
Entre os ministros daquela corte, Gilmar Mendes talvez seja o mais próximo dos tucanos, o que leva algumas pessoas a advogarem que ele poderá julgar essas limiares sem a isenção necessária, assim como o juiz de primeira instância que concedeu liminar que proibia a posse de Lula como ministro. Catta Preta, este é o nome dele, foi flagrado, no dia 13, nas manifestações de rua que pediam o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Sobretudo nesses momentos de agudeza da crise política, tudo, inclusive a justiça, nos parece muito polarizado.
As críticas ao poder Judiciário, interceptadas nos diálogos grampeados do ex-presidente Lula produziram um tsunami na STJ e no Supremo Tribunal Federal, com pronunciamentos duros dos seus membros. A cobertura que a TV Globo deu a esses pronunciamentos é algo que apenas coaduna com os seus propósitos indisfarçáveis. Pego com as cuecas nas mãos, num desses momentos de descontração - onde ninguém poderia imaginar que estaria sendo grampeado - Lula fez alguns desabafos que desagradaram os magistrados. A solução foi soltar uma notinha pública, onde tenta encerrar a polêmica, pedindo apenas que, no caso dele, faça-se justiça. Vamos ficar torcendo que Gilmar Mendes, em nome dessa justiça, faça um julgamento isento dessas liminares.
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