A mega empresa de Construção Civil e Incorporações Norberto Odebretch,
ora investigada pela Operação Lava-a-Jato, possuía uns departamentos
Comerciais, chamados de Departamento de Propinas, destinado a corromper agentes
públicos e não tão públicos, nos
processos de licitação para construção de
grandes obras no país. Este setor
da empresa elaborou uma planilha com valores, nomes e siglas partidárias que
foram beneficiados com a dinheirama distribuídos entre vários agentes e
parceiros. A lista, que consta dos anexos apensados ao processo da operação
policial, traz o nome de ilustres e conhecidos parlamentares pernambucanos (e
de outros Estados), que vêm se destacando como autênticos guardiões da moralidade
pública. Quem são esses “Catões
da República do Juiz Sergio Moro e da Rede Globo de Televisão?
O deputado/vereador do PPS, Raul Jungmann, o deputado (menudo) Bruno
Araújo (PSDB), o deputado verde-amarelo, Daniel Coelho; o paladino do
Impeachment de Dilma, o deputado Mendocinha (DEM), o ex-governador de
Pernambuco, Jarbas de Andrade Vasconcelos, o atual prefeito do Recife (PSB),
Geraldo Júlio e o atual governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), entre
outros. Questionados sobre a listas, uns calam, outros se omitem e alguns procuram se justificar. Dizem que as doações
da Odebrecht são legais e foram declaradas à Justiça Eleitoral. Outros, como o
campeão de citação nas delações premiadas, o senador Aécio Neves, só se
pronunciou sobre o assunto quando a denúncia já estava nas ruas e o colocavam
na desconfortável posição de ser acusador e ao mesmo tempo acusado dos mesmos
“crimes” cometidos por seus adversários no governo.
Neste, como em outros casos semelhantes, nem sempre os guardiões da
virtude cívica são os mais ilibados ou portadores de uma moralidade superior ao
comum dos mortais. Curioso é o fato que
o senhor Sérgio Moro – que recebe salário de professor, mais não dá aula – já tinha
conhecimento dessa lista, desde de fevereiro deste ano. O que chama a atenção é
ter ele permitido a divulgação da planilha e ao mesmo tempo proibido, logo após
– alegando que se trata de pessoas com foro privilegiado (STF). O mesmo cuidado
não teve o “Catão curitibano” com a autorização e a divulgação dos grampos que
gravaram trechos de conversa com ministros e a própria Presidente da República,
dando a mais ampla e vasta divulgação (e justificando o fato) dessas conversas
reservadas.
O mesmo tratamento desigual
foi dado pelas TVs à divulgação da famosa lista dos impolutos e bravos
militantes do Impeachment. A TV Globo que costuma dedicar edições inteiras a
desconstruir a imagem do Governo Federal, não citou o nome de nenhum deles, só
as siglas partidárias. Naturalmente, para não enfraquecer a sua campanha
de destituição da Presidente da
República, a partir de vazamento seletivos (e ilegais) oriundos das delações
premiadas, da Operação Lava-a-Jato. É de se perguntar que tribunal é esse que
denuncia (sem provas), julga (sem jurisdição) e condena (sem poder de polícia),
em que vem se tornando a mídia brasileira. Os danos morais, políticos,
financeiros e pessoais provocados por essas acusações públicas (e repetidas até
a exaustão pelos apresentadores de televisão) são irreversíveis na opinião
pública nacional. E como se sabe, alimentam
um ódio irracional na população em relação a tudo que se refira ao PT, a
Dilma, a Lula, à cor vermelha, aos partidos de esquerda, aos movimentos sociais
etc. Infelizmente esse processo
contamina, inclusive, aqueles setores mais beneficiados com as políticas de
transferência de renda, do Governo Federal.
O que
fazer diante disso? – Alguns dizem que o golpe já está dado, mas não consumado.
Outros, que o processo de Impeachment é inevitável, sobretudo com a saída do
PMDB da base aliada do governo. A verdade é que não se pode permitir esse
esbulho político e constitucional, sem resistência, muita resistência. A
propósito, já está marcada uma grande manifestação contra o golpe no dia 31 de
março. Data emblemática. Quem for
democrata, dê a sua cara para bater, ao contrário daqueles que batem nos outros
por pensarem diferente.
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