É o preço alto que estamos pagando por um período anterior nefasto, onde ações e omissões se integraram num projeto pernicioso contra os povos indígenas de um modo geral, sendo os Yanomamis o reflexo mais próximo dessa crise humanitária que se abateu sobre os povos originários. Num discurso recente, por ocasião de atos de democarcação de terras indígenas, em Brasília, Lula expressou o desejo de tratar os povos indígenas com a dignidade que eles merecem. Vem cumprindo a promessa, dentro das possibilidades que as contingências políticas permitem.
Infelizmente, aquelas terras se tornaram terras de ninguém. Viceja, ali, uma espécie de capitalismo gore, que envolve o garimpo ilegal, extração de madeira ilegal, pesca proibida em reservas indígenas, tráfico de drogas e armas. A corrupção envolve até mesmo altos escalões militares, numa demonstração de que a assepcia republicana vai exigir paciência, muito trabalho e medidas saneadoras, aplicadas com rigor, pelas instituições de Estado. Rola muito dinheiro, contrabando de ouro para o exterior, como um câncer que se alastra, atingindo o núcleo duro do aparelho de Estado. Em tais circunstâncias, estarrece, mas não surpreende essas ocorrências.
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