O bolsonarismo é intolerante, autoritário, dissemina a violência, propaga a mentira, arma a população, tem por objetivo eliminar seus adversários políticos. Um desses grandes jornais paulista está publicando um série de reportagens especiais acerca do futuro do bolsonarismo. Antes mesmo que as articulistas que opinaram no jornal chegassem a alguma conclusão sobre o futuro dessa patologia política, antecipamos por aqui que, infelizmente, o futuro do bolsonarismo é alimentado por uma esponja natural, numa sociedade como a nossa, de perfil autorirátio, racista e genocida.
Por vezes, usamos a palavra estufa para exemplificar tal situação. Chegamos a imaginar se não estávamos usando o termo indevidamente. Não estávamos. Teríamos aqui o mesmo significado metafórico, uma vez que estufa é o local onde se coloca ingredientes para aquecer. O que havia de pior na sociedade brasileira foi aquecido durante o bolsonarismo. Muito coisa ainda vai precisar se feita para tentarmos conter esse monstro, que foi despertado durante um sono político de nossas instituições democráticas, que até o incentivaram numa conjuntura política específica.
Matamos os povos origináros, matamos os negros durante e depois do período da escavidão, matamos as mulheres, matamos os gays. O bolsonarismo apenas despertou ou "estimulou" o que há de pior em nossa sociedade. A violência contra os adversários políticos são evidentes em todos os recantos do, sobretudo se entendermos que os simpatizantes do bolsonarismo são, naturalmente, pessoas alienadas, despreparados, violentas, em muitos casos com acesso a armas, estimulado durante um período nebuloso da história do país, onde o Estado, ao invés de restrigi-lo, criou facilidades para armar a população. Hoje, se sabe que um quantitativa nada desprezível dessas armas foi parar nas mãos de traficantes e milicianos. Ao fim e ao cabo, talvez fosse este mesmo o propósito.
A Polícia brasileira, que tem sua origem nos capitães do mato, nunca cometeu tanta violência. Anda circulando, nas redes sociais, um vídeo onde um policial, no Espírito Santo, executa, friamente, um jovem de 17 anos, desarmado e algemado. Um outro estava usando um chicote para espancar um vendedor ambulante. Não seria surpresa se os dados apontarem para um recrudescimento dessa violência policial, onde viceja simpatias pelo bolsonarismo. O crescimento de grupos neonazistas no país é um outro fator preocupante. Seria importante que o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos adotassem medidas conjuntas para enfrentar, de forma estrutural, o problema do aumento dos índices de violência, que ontem massacrou quatro crianças inocentes numa creche em Blumenau.
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