pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: A questão nevrálgica da reforma agrária no país.
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domingo, 30 de abril de 2023

Editorial: A questão nevrálgica da reforma agrária no país.



O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, informa que o Governo Lula pretende anunciar em maio um plano de reforma agrária emergencial, depois das "provocações" das últimas invasões de terras promovidas pelo MST. Como se sabe, é praticamente certa a instauração de uma CPI sobre o assunto, encampada, naturalmente, por setores da oposição. O próprio Lula teria afirmado que, desta vez, pretende ampliar tal reforma para além dos limites impostos nos seus primeiros governos. Esta foi uma das grandes reformas que Lula ficou devendo aos brasileitos e brasileiras no seus dois primeiros mandatos.  

A reforma agrária no país não anda porque a nossa elite política e econômica não permite. As alianças políticas celebradas por governos de coalizão, como este, por outro lado, também cria algumas dificuldades para implementá-la e é exatamente isso que impede seus avanços. Lula tem demonstrado grande sensibilidade para o reconhecimento dos direitos dos excluídos e dos povos originários. Até recentemente, reconheceu que os direitos das comunidades remanescentes de quilombos de Alcântara, no Maranhão, foram violados, assim como concedeu a demarcação de seis terras indígenas, em cerimônia na capital federal. 

Se, durante o Governo Bolsonaro, não foi cencedido mais um palmo de terra, com a medida Lula concedeu milhares de hectares aos povos originários. Ocorre que o problema da reforma agrária não é tão simples,numa sociedade como a nossa, forjada nos grandes latifúndios, sob regime de trabalho escravo. Ficamos sempre muito preocupados com esses planos, num país onde a elite já determinou que algumas reformas não podem ser feitas, posto que contrariam seus interesses. Em 1964 a proposta foi abortada através de um golpe de Estado. O pernambucano Marcos Freire morreu junto com toda a cúpula da reforma agrária no país, num acidente aéreo. Outro dia, alguém observou que os maiores especialisas no assunto morreram naquele acidente. Havia uma grande vontade política de espertise para a empreitada naquele momento. Até hoje existem especulações em torno daquele "acidente".  

O Brasil tem algumas coisas curiosoas. Há alguns anos, este editor teve acesso a um opúsculo, onde havia algumas reflexões do sociólogo Gilberto Freyre sobre o assunto, durante os governos da Ditadura Militar, a pedido de Marco Maciel. Aqui para nós. Quem pede a opinião de Gilberto Freyre, um intelectual orgânico, ilustre representante das oligarquias agrárias açucareira nordestina sobre o assunto, não está mesmo interessado em fazer uma reforma agrária de fato. 

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