Em nossas andanças pelo bairro de Casa Forte, encontramos um ex-prefeito do Recife, que reside na bucólica Estrada das Ubaias. O bucólico, aqui, naturalmente, trata-se de uma licença de expressão. Até um logradouro como o Poço da Panela, ali pertinho, antes uma estância onde os recifenses apreciavam o friozinho do inverno em épocas idas, hoje já se encontra assediado pelo sanha do arquiteto que dita as normas das intervenções urbanas do Recife, ou seja, o capital. Num comentário rápido sobre o destino do governo, ele se mostrava pessimista, em razão da amplitude das alianças celebradas pelo partido. E, pelo andar da carruagem política, parece-nos que ele tem razão.
Lula completou 90 dias de Governo. Uma de suas primeiras medidas foi assinar uma portaria que tinha como objetivo, segundo fomos informados, desbolsonarizar a máquina pública. Fazer uma limpa ou passar a tesoura, como se diz no linguajar nordestino. Algum tempo depois, ainda demonstrava sua insatisfação com tal situação, alegando que os bolnaristas ainda sobraram na máquina estavam emperrando o seu governo, ou fazendo corpo mole, para usarmos uma outra expressão comum por aqui.
Algum tempo depois, Lula parou de falar neste assunto. Logo em seguida, veio uma explicação para o silêncio. Foram pipocando, uma a uma, no Diário Oficial da União, as portarias com as nomeações e ou renomeações, em princípio estranhas ao seu governo, de bolsonaristas emperdenidos ou prepostos por eles indicados. Ministério das Comuniçoes, Ministério das Minas e Energias eram os mais contaminados pelo bolsonarismo, conforme as nossas poucas infomações. Mas, possivelmente, outros espaços devem estar na mira, inclusive o poupudo Minitério da Saúde, a menina dos olhos do Centrão.
Até novos cargos na máquina, a nível de segundo escalação, estão sendo criados para acomodar nos neopetistas. Dos senadores Marcos Rogério ao pernambucano Fernando Bezerra Coelho, aquele mesmo que virava um camarão quando da defesa de Jair Bolsonaro duranre as sessões da CPI da Covid. O senador pernambucano acaba de emplacar uma das diretorias mais importanres da CODEVASF, que, historicamrnte, sempre teve influência da família Coelho, além de outros cargos na Hemobras e na Fundação Joaquim Nabuco, cuja presidência foi indicação do PT pernambucana, a senadora Teresa leitão e o senador Humberto Costa.
Sob gestão bolsonarista, a CODEVASF foi marcada por uma série de denúncias de corrupção. Vamos ver até onde Lula vai nessa manha política para viabilizar uma governabilidade mínima. Acreditamos que o preço a pagar já está ficando muito alto, seja em políticas públicas coadunantes com as diretrizes do atual governo; seja em termos de desgate com base a ideológica e política do partido; seja, enfim, com os eventuais descuidos com as contas públicas, pois temos raposas cuidando de galinhas dos ovos de ouro.
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