O Ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, esteve recentemente em audiência na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, da Câmara dos Deputados. Desta vez, os deputados que compõem aquela comissão foram mais urbanos e civilizados com o convidado, a julgar pelo fato de que o ministro chegou a ser ouvido, dentro de um clima de normalidade. O Ministro da Justiça, Flávio Dino, não teve a mesma sorte, precisando encerrar a audiência antes do previsto, em razão do clima de animosidade instaurado.
Como já comentamos por aqui, somos uma sociedade forjada no açoite, no infringir castigos. O relho e o pelourinho constituem-se em verdadeiras taras para alguns brasileiros e brasileiras. Até recentemente, uma cidadã branca, andou agredindo um jovem negro trabalhador, de uma dessas empresas de entregas, de chicote em punho, em cenas divulgadas para todo o país. O bolsonarismo apenas despertou o monstro que existe em parcelas de nossa sociedade. A origem do bolsonarismo, a bem da verdade, não é algo recente. Está entre nós desde 1500.
Na década de trinta do século passado a cidade de Blumenau, em Santa Catarina, possuía a maior sede de um partido nazista fora da Alemanha. Numa sociedade com tais características, não há de se surpreender com uma cultura do encarceramento. Já somos a sociedade que mais encarcera no mundo, perdendo apenas para os Estado Unidos, onde tal precedimento tornou-se um negócio industrial, como denuncia a ativista negra Angela Davis, que também chegou a amargar prisão naquele país.
Como bolsonarista que se preze não perde a viagem, um deles questionou o ministro sobre a qualidade das refeições servidas na prisão da Papuda, em Brasília, aos presos durante os episódios antidemocráticos de 08 de janeiro. O minstro leu uma planilha com valores vergonhosos, onde uma refeição estava orçada em R$ 0,90 e um almoço R$ 3,50. Licitação assinada pelo ex-ministro Anderson Torres, um (ex)bolsonarista de carterinha, hoje encrencado depois daqueles episódios.
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