pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Danilo Cabral e o soerguimento da SUDENE.
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sábado, 2 de agosto de 2025

Editorial: Danilo Cabral e o soerguimento da SUDENE.


Na década de 50, época do apogeu da SUDENE - Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste - havia uma disputa interna de projetos de sociedade entre dois integrantes do órgão: o economista paraibano, Celso Furtado, e o antropólogo pernambucano, Gilberto Freyre. Celso Furtado era o superintendente da autarquia, enquanto Gilberto integrava o seu Conselho Deliberativo. Muitas das proposições emanadas pelo órgão encontravam a resistência de Gilberto Freyre, logo minimizadas pelo paraibano, sob a alegação de que Gilberto não tinha formação em economia. Sabe-se que não era apenas isso, pois ali já estavam sendo gestadas as diretrizes que culminariam, um pouco mais de uma década depois, na ruptura institucional que resultou no Golpe Civil-Militar de 1964. 

Desde então o órgão enfrentaria altos e baixos até praticamente ser enterrada de vez na Era FHC, com a complacência de gestores estaduais à época, que não moveram uma palha em seu favor, numa clara demonstração de descompromisso com as políticas regionais. Agora, na gestão do Governo Lula 3, foi nomeado para o cargo o ex-deputado Danilo Cabral, num arranjo entre integrantes do PT local e a gestão socialista de João Campos. Danilo Cabral vem conduzindo a autarquia com uma excelente desenvoltura,  desenvolvendo projetos estratégicos para região, articulados com entes públicos e privados, imprimindo ao órgão uma gestão técnica e republicana de alto nível, conseguindo a proeza de recuperar a importância que o órgão ocupou em décadas do século passada no enfrentamento dos gargalos regionais. O projeto mais recente, a retomada da linha férrea entre Recife e Caruaru, está sendo articulado com a UFPE. 

Eis que nos últimos dias passou-se a especular sobre uma eventual substituição do seu nome no comando do órgão, numa negociação política que poderia favorecer o estado do Ceará. Se isso vier a ocorrer é uma pena, porque fica evidente a primazia do critério político se sobrepondo aos critérios mais relevantes, como a capacidade do gestor, os resultados obtidos entre outros fatores. Sabe-se que, na realidade, esta é a tônica dessas indicações políticas. Se fizermos um balanço sobre o desempenho dos gestores de órgãos federais indicados consoante tais critérios, iremos concluir que, em sua maioria, eles deixam a desejar. Este não é o caso de Danilo Cabral. É importante que a SUDENE continue em seu processo de soerguimento, fique com Pernambuco e sob a gestão de Danilo Cabral, que vem realizando um grande trabalho na autarquia. 

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