A comemoração foi efusiva, como reflexo das tessituras que foram montadas para reverter uma situação francamente desfavorável à Oposição num primeiro momento, depois que Hugo Motta já havia indicado um relator de sua confiança e, por outro lado, Davi Alcolumbre, Presidente do Senado Federal, já havia construído um acordo, indicando o nome de Omar Aziz para a Presidência da Comissão. O senador Ciro Nogueira(PP-PI) e o deputado federal Sóstenes Cavalcante, líder do PL, não dormiram na noite anterior, articulando o tempo todo, contando os votos um a um e convencendo parlamentares a mudarem de posição. O Governo, literalmente, como admitiu o senador Randolfe Rodrigues, dormiu no ponto ou foi traído, conforme prefere o próprio Omar Aziz. Isso nos fez lembrar de um político pernambucano, Marco Maciel, que, segundo amigos e auxiliares mais próximos, nunca dormia em serviço, principalmente quando estivesse em jogo uma articulação política dessa magnitude.
O desespero tomou c0nta do governo, por razoes óbvias. O relator, o deputado federal alagoano, Alfredo Gaspar, inclusive, possui uma larga experiência de atuação no judiciário. O rumo dos trabalho será ditado exclusivamente pela Oposição, o que pode produzir grandes desgastes para o Governo Lula 3. Sabe-se que os problemas do INSS envolvem uma teia complexa de agentes públicos e entidades privadas, que agiram em conluio, algo que perpassa as ideologias do governo X ou Y. Trata-se de um problema de corrupção orgânica, estrutural, sendo inútil apontar unicamente este ou aquele governante de turno como o responsável pelas fraudes. Diferentemente da CPI do MST, esta CPMI do INSS tem um potencial de produzir estragos políticos bem mais danosos, conforme já enfatizamos.

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