No dia de ontem, 11, líamos uma matéria curiosa sobre a relação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os evangélicos. Houve um tempo - põe tempo nisso - que o Partido dos Trabalhadores mantinha uma relação orgânica com os evangélicos, mantendo em sua estrutura núcleos concentrados na defesa dos interesses desse nicho eleitoral junto àquele partido. O PT foi perdendo essa capilaridade, depois de um processo de burocratização e oligarquização. O partido perdeu esta liga com diversos segmentos sociais, inclusive os evangélicos. Nas eleições de 2022, por exemplo, várias estratégias foram adotadas para promover uma reaproximação desse nicho eleitoral com Lula. Todas sem êxito ou de resultados duvidosos, enquanto o seu principal oponente transitava com desenvoltura entre este segmento.
Num determinado momento, o próprio líder petista chegou a lamentar tal hiato. A matéria informava que Lula havia desistido dos evangélicos, a despeito dos apelos de alguns dos seus assessores diretos, que evidenciaram a temeridade de uma atitude desta natureza. Os evangélicos passaram a ser decisivos nas últimas eleições mais recentes. Há um estudo que assegura que, em muito breve, ninguém senta na cadeira do Palácio do Planalto sem o apoio deste nicho eleitoral. Ou seja, os evangélicos serão capazes de decidir um pleito presidencial. Aqui em Pernambuco, este eleitorado vem sendo disputado paulatinamente. Tanto pelo prefeito João Campos, quanto pela governadora Raquel Lyra, que devem bater chapa na disputa pelo Palácio do Campo das Princesas.
Estima-se que 30% do eleitorado do Recife, calculado por um político do ramo, seja evangélico. Enquanto Lula se afasta, na Venezuela, Nikolas Maduro estreita os laços com este nicho eleitoral, inclusive com igrejas que atuam no Brasil. Os assessores de Lula têm toda a razão em alertá-lo sobre as consequências de uma tomada de decisão deste porte. Principalmente quando se tem em mente um projeto de reeleição pela frente.

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