Mike Tyson era um boxeador quase imbatível. Geralmente nocauteava seus adversários no primeiro round. Alguns deles não resistiam ao primeiro golpe. Foi assim durante algum tempo, até que um técnico experiente observou que ele tinha grandes dificuldades em recuar no ringue, algo possivelmente relativo à coordenação. Conhecedor dessa fragilidade, o técnico preparou um adversário para enfrentá-lo com uma estratégia que consistia em atacá-lo de forma a que ele precisasse recuar, ou seja, o sujeito precisava tomar a iniciativa, evitar o nocaute no início da luta, e, assim, reunir as condições ideais para derrotá-lo. Mike Tyson teve a sua primeira derrota.
Lembramos desta lição quando observamos a estratégia que está sendo utilizada pelo prefeito João Campos(PSB-PE) aqui no estado, já de olho na disputa que deverá travar com a governadora Raquel Lyra, em 2026. João Campos estabelece uma relação cada vez mais próxima do PT pernambucano, praticamente fechando as portas das alianças à esquerda da governadora Raquel Lyra. Numa entrevista publicada no dia de hoje, 26, no Jornal do Commércio, o ministro Sílvio Costa Filho, do Republicanos, advoga que seria importante a reeleição da maior liderança do PT no estado, o senador Humberto Costa, talvez até ajustando a composição da chapa que disputará o Palácio do Campo das Princesas, em 2026.
Resta saber o que João Campos, neste caso, reservaria aos Coelhos, clã de grande musculatura política no Sertão do São Francisco, com o qual o prefeito estabelece uma relação bastante civilizada. A recíproca também é verdadeira. Um dos representes da família, o deputado federal Fernando Coelho Filho, afirmou que continuará apoiando o projeto político do prefeito mesmo que a sua federação, a União Progressista, siga um outro rumo. E, por falar em União Progressista, a nível nacional, é quase certo que eles não apoiem o projeto de reeleição de Lula e, aqui na província, o filho do deputado federal Lula da Fonte, filho de Eduardo da Fonte, que deverá comandar a União Progressista no estado, no dia de ontem, 25, considerou que a federação deve apoiar o projeto de reeleição da governadora.
É sabido que um percentual expressivo da direita votou na governadora nas eleições de 2022. Bolsonaristas inclusive, em razão do apoio do ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira, que se reaproximou do Campo das Princesas depois de um divórcio meio que litigioso. Eduardo da Fonte, inclusive, candidatíssimo ao Senado Federal, seria o patrocinador dessa reaproximação. As manobras de João deixaram a governadora sem as condições efetivas de formar uma composição política que diluísse um pouco essa identificação com a direita.

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