Há uma movimentação intensa de pré-candidatos ao Senado Federal em Pernambuco. É preciso até que alguns deles tomem alguns cuidados, uma vez que a campanha, pelo menos oficialmente, ainda não começou. Hoje líamos algumas notícias sobre eventuais violações dessas regras em outros estados da Federação. Este fenômeno ocorre em praticamente todo o Brasil, uma vez que as eleições ao Senado Federal estão assumindo uma importância até mesmo maior do que a eleição presidencial. A estratégia da oposição, principalmente a bolsonarista mais radical, deseja transformar o Senado Federal numa trincheira de luta que viabilize seus projetos de anistiar golpistas e interferir no Poder Judiciário, com quem eles não se bicam.
Todos os indicadores levantados até este momento indicam que eles levam vantagens competitivas na maioria dos estados, indicando uma tendência majoritária de voto conservador entre o eleitorado brasileiro, algo que já se repete desde algum tempo. Na realidade, a direita deu uma lapada na eleição de 2022 e 2024, o que significa uma tendência que poderá se repetir em 2026. É preciso que as forças do campo progressista considerem essa possibilidade, aprendam algo com as últimas refregas e melhorem o empenho daqui para a frente. O prefeito do Recife, João Campos, até recentemente alertou para a necessidade de não radicalização - vale dizer polarização - apostando em nomes identificados com este projeto, mas sem aquele perfil radical, o que poderia melhorar a competitividade. É possível que ele tenha razão.
Dada a importância daquele pleito, consideramos que o PT poderia estar se movimentando de forma mais célere. A fala do prefeito João Campos foi entendida por alguns cronistas locais como uma sinalização da composição de sua chapa para disputar o Governo do Estado, em 2026. Pelos movimentações em seu entorno, sugere-se que a chapa hoje pode ser integrada pelo Ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, do Republicanos, e o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, que integra o União Brasil da federação União Progressista. É como se João, ao consolidar sua aliança com o projeto de reeleição de Lula, pedisse permissão para a formação de uma chapa sem um integrante do PT, que seria, naturalmente, Humberto Costa.
Como já discutimos num texto anterior, o Planalto tem duas cartas na manga para pressionar uma mudança de posição do prefeito socialista. Poderá usá-las, uma vez que a reeleição de Humberto Costa está entre as prioridades da legenda. Em entrevista recente, o Presidente da União Progressista no Estado, o deputado federal Eduardo da Fonte, afirmou que a federação formada da união entre o União Brasil e o Progressistas possui musculatura política para escolher o palanque que desejar. O palanque polarizado entre o prefeito João Campos(PSB-PE) e a governadora Raquel Lyra(PSD-PE), que deve tentar a sua reeleição, ou até a formação de uma chapa própria. Quem sabe?
A rigor, se houvesse algum consenso, a União Progressista já estaria contemporizada na chapa de João Campos. O problema é que esses consensos estão cada vez mais difícil de serem construídos no estado. Eduardo da Fonte trabalha como candidato ao Senado Federal, em 2026. Aliás, no estado, a Federação União Progressista caminha com um pé no Palácio Capibaribe e outro no Palácio do Campo das Princesas. Situação que não é apenas privilégio desta federação. O mesmo ocorre com o PT, com o MDB, com os tucanos. Vamos ver como essa equação será resolvida até aquelas eleições. O máximo divisor comum político deve sugerir alguma solução para este impasse.

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