Como o PT em Pernambuco encontra-se literalmente cindido, este é o tipo de resolução aprovada com o propósito de atender às duas alas da legenda no estado, ou seja, o grupo que já está na gestão da Prefeitura do Recife e apoia o projeto do prefeito João Campos para as eleições de 2026, e o grupo que se afina com a gestão da governadora Raquel Lyra. Conforme discutíamos ontem por aqui, a tendência mais razoável hoje é que o PT encampe o projeto socialista, uma vez que, estrategicamente, João Campos percebeu a importância de consolidar a aliança com o Planalto, tirando o espaço de manobra da governadora pelo campo de esquerda. Ou seja, João Campos está tentando "isolar" Raquel Lyra, deixando-a com a única alternativa de se arranjar com a centro-direita.
João Campos está tão afinado com o Planalto que, numa pesquisa recente, onde aparecem como favoritos candidatos de esquerda, João é aquele que, apesar de filiado ao PSB, sugere-se o mais "perecido" com o PT. João já venceu eleição em Pernambuco mantendo uma distância regulamentar do PT, mas a bússola política no momento talvez indique que tal afinidade seja conveniente. Esse "feeling" pode estar orientado por pesquisas qualitativas. O pai, Eduardo Campos, salvo melhor juízo, tinha um cientista político argentino que orientava todos os seus passos através de pesquisas qualitativas.
A última pesquisa do Instituto Genial\Quaest - como este Instituto realiza pesquisas - para o Governo do Estado, aponta a força da direita em Pernambuco. 10% do eleitorado está dividido entre um candidato do PL, Gilson Machado, e o vereador Eduardo Moura, do Novo, bastante atuante no estado, que crava 4% das intenções de voto. Gilson Machado já concorreu ao Senado Federal, sendo muito bem votado. É o homem de Bolsonaro em Pernambuco, embora o PL esteja sob controle da família Ferreira, o que dificulta suas aspirações. Gilson, portanto, tem recall. A novidade mesmo é Eduardo Moura, o que, em princípio, pode identificar uma tendência de voto dos recifenses no vereador. Mesmo assim, os escores não deixam de ser alvissareiros.

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