As previsões não são nada boas para o andamento dos trabalhos no Legislativo. O Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, delegou ao Corregedor da Casa o exame da aplicação de penalidades a 14 parlamentares que protagonizaram aquele motim por ocasião da decretação da prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro. Numa entrevista recente, o líder da oposição, o deputado federal Luciano Zucco, do PL do Rio Grande do Sul, já prepara suas armas para o enfrentamento, o que pode ser entendido como expedientes que poderão travar de vez os trabalhos. Hugo Motta parece resoluto em sua decisão de punir os infratores, mesmo sabendo dos custos políticos desta decisão. A gente fica aqui imaginando qual seria o seu cálculo político. Recuperar a autoridade perdida?
A utilização do ex-Presidente da Casa Legislativa, Arthur Lyra, como bombeiro foi uma demonstração cabal de que o atual presidente perdeu as condições mínimas para as negociações. A cena do líder do PL, o deputado Sóstenes Cavalcante, circulando nos corredores da Câmara em direção ao gabinete de Lyra é emblemática. De concreto mesmo, a condução dos trabalhos ficou sensivelmente prejudicada em função dos últimos acontecimentos. Na realidade, para sermos mais precisos, essas relações nunca foram boas. Pressa mesmo apenas na apreciação de uma legislação corporativa que favorece os próprios interesses dos parlamentares, a exemplo do foro privilegiado, que traz um adendo curioso. Além de remeter as eventuais falcatruas cometidas pelos parlamentares para juízes de primeira instância, não satisfeitos, eles ainda desejam que se, e somente se, a Câmara conceder o aval para as investigações.
Aliás, vamos muito mal de negociações. O impasse permanece entre o Governo Brasileiro e o Governo dos Estados Unidos em torno das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump aos produtos de exportação brasileiros. Não haverá diálogo simplesmente porque o presidente Lula não dará o que Trump deseja. Quando o presidente Trump queixa-se da ausência de acenos do Governo Lula, entenda-se como não ceder às suas expectativas, de cunho eminentemente políticos. Só haveria diálogo com a reabilitação política do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Charge de Renato Aroeira, Brasil 247.

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