Uma velha raposa da política mineira dizia sempre que política é como as nuvens. Em determinado momento, elas sugerem algumas figuras agradáveis. Em outros, podem parecer monstros tentando nos devorar. Outra grande lição de política foi deixada pelo ex-governador de Pernambuco, Paulo Guerra, que assegurara que, neste jogo, não existem as palavras "nunca" nem "jamais". Depois das refregas na Câmara dos Deputados, os pronunciamentos do deputado Hugo Motta, presidente daquela Casa, têm demonstrado uma grande sintonia com o Executivo e com o Judiciário. Diante das circunstâncias, sugere-se que Lula tenha lido as sinalizações, traduzida na gratidão manifestada através de um jantar com os parlamentares da legenda. Como não existem refeições grátis, a comanda do jantar foi a PEC da Segurança, que o Governo Lula3 tem todo o interesse em ver aprovada, mas sabe das enormes dificuldades que enfrentará, principalmente junto à Bancada da Bala.
O estranho neste caso é que estamos tratando aqui do partido do eventual principal oponente do candidato presidencial do Planalto nas eleições presidenciais de 2026, Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo. Entre os postulantes presidenciais da Oposição, embora "verificado" pela Faria Lima, Tarcísio tem sido um dos discretos, possivelmente preocupado em não arranhar sua gratidão e amizade com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que, mesmo com enormes adversidades, ainda não autorizou um nome que possa substitui-lo na disputa. Nos bastidores, sugere-se até que Tarcísio de Freitas possa se desligar do Republicanos e filiar-se ao PL, credenciando-se melhor junto aos dirigentes da legenda e da família Bolsonaro. Está tudo muito confuso neste momento. O PL, por exemplo, estuda o que fazer com Eduardo Bolsonaro.
Depois da tempestade produzida pelo motim protagonizado pelos bolsonaristas, que ocuparam a sua cadeira e impediram o andamento dos trabalhos na Câmara dos Deputados, Hugo Motta, sem alternativa, submergiu, mas agora anda voltando à superfície aos poucos, ainda sem o fôlego de antes, mas se ajustando à altitude política. Como se sabe, no apogeu da crise, o leme foi praticamente tocado pelo ex-presidente da Casa, o deputado federal alagoano, Arthur Lira. Um ônus político pesado para o jovem político paraibano.

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