pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: O xadrez político das eleições municipais de 2016, no Recife: Diante da crise, Geraldo Júlio adota medidas para sobreviver politicamente em 2016.
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sexta-feira, 4 de setembro de 2015

O xadrez político das eleições municipais de 2016, no Recife: Diante da crise, Geraldo Júlio adota medidas para sobreviver politicamente em 2016.

 

 
José Luiz Gomes


Não se pode dizer que o governador Paulo Câmara(PSB) não seja um otimista. Por outro lado, também não se pode dizer que ele não entenda de finanças. Afinal, sua formação, origem  e o estágio nas finanças públicas, a que foi submetido no Palácio do Campo das Princesas, antes de ocupar a cadeira do ex-governador Eduardo Campos, seu padrinho político, atestam isso. Parafraseando o professor Michel Zaidan, em termos de "republicanismo", esses técnicos bem que poderiam ser reprovados, mas espera-se que eles tenham aprendidos a fazer algumas continhas.  Causou uma certa estranheza ao articulista ler hoje, nos jornais, que o Estado fechará as contas de ano de 2015 numa situação estável e sob controle. Sua preocupação seria o ano de 2016, cujos prenúncios não são nada alvissareiros. 

Parece-nos, tão somente, um discurso oficial, tergiversante, quando se sabe que a "bolha" das finanças públicas estaduais já estourou a algum tempo, logo depois que os senhor Paulo Câmara(PSB) sentou-se naquela cadeira e se deu conta da gravidade do problema, fato exaustivamente apontado pelo jornalismo econômico de alguns veículos nacionais, como o Jornal Valor Econômico. Observa-se, tanto no discurso de Paulo Câmara quanto no discurso do prefeito do Recife, Geraldo Júlio(PSB), uma tentativa de imputar toda a responsabilidade dessa crise ao Governo Federal.

Penso que o conjunto de matérias publicadas, no último final se semana, pelos jornais locais, acerca das fragilidades das finanças públicas do Estado traduzem melhor a realidade. Ao afirmar que a gestão da máquina encontra sérias dificuldades de atender as demandas de financiamento das políticas públicas, acredito que o Secretário de Planejamento, Danilo Cabral(PSB), foi direto ao ponto. Não somos economistas, mas observa-se um flagrante contingenciamento de receitas. Obras que dependem de recursos da União estão paradas no Estado. Segundo um desses jornais, até o momento, nenhuma emenda parlamentar teria sido liberada para Pernambuco, no exercício de 2015. É mesmo tempo de vacas magras, em todas as esferas, e a manha mais comum dos políticos provincianos, nessas ocasiões, é apontar o dedo acusatório para Brasília.

Segundo fomos informados, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, estaria promovendo uma série de ajustes nas contas municipais, o que poderia lhes facultar a conclusão de algumas obras, fundamentais para apresentar à população, no seu projeto de continuar como inquilino do Palácio Antonio Farias pelos próximos 04 anos. São reuniões de gabinete para fazer frente à crise nacional, conforme eles costumam alardear. Ontem ele anunciou que passará a tesoura em 300 cargos comissionados da Prefeitura da Cidade do Recife. Geraldo Júlio é um prefeito acossado política e economicamente. Gostaríamos muito de saber como ele irá se arranjar daqui para frente. O cerco está se fechando. O elenco de obras anteriormente previstas - que poderiam mudar a face da Veneza pernambucana - estão irremediavelmente comprometidas. 

Ele terá que eleger prioridades, fazer uso da tesoura, procurar viabilizar, possivelmente, aquelas obras que proporcionem uma melhor adequação de visibilidade no contexto das propagandas institucionais, ou seja, causem um impacto maior junto à população. O quadro não é nada favorável, uma vez, não ter o que mostrar, será explorado como um malogro de gestão pelos seus opositores.Essas abstrações contábeis não são tão simples de serem repassadas para a população. Um outro grave problema são os possíveis descontentamentos junto à sua base de apoio, que terá que ouvir muitos "não" daqui para a frente. O que certamente não faltará é um cafezinho para "amaciar" esses "não".

No flanco político, não param de surgir novidades, como a postulação de um candidato do PMN, Sérgio Magalhães, articulado, quiçá com o PSOL. Mas o PSOL não iria com o Deputado Estadual Edilson Silva? Pelo andar da carruagem política, penso que não irá durar muito tempo para o PSOL entrar nesse "cabaré". Os possíveis acenos de Luciana Genro e Heloísa Helena com o pessoal do PSDB não deixam muitas dúvidas sobre isso. Tínhamos até uma expectativa muito boa em relação a este partido.

O curioso é que, nesta semana, a blogueira e Procuradora da Prefeitura da Cidade do Recife, Noélia Brito anunciou sua filiação ao PMN e uma provável candidatura à Câmara Municipal do Recife, nas eleições de 2016. São conhecidas as divergências entre Edilson Silva e a blogueira. Como em política não existem "nunca" nem "jamais"...todo arranjo torna-se possível. A julgar pela personalidade da blogueira, ela não assimila muito bem essa máxima atribuída ao ex-governador Paulo Guerra. 

Os dirigentes do PSDB local devem entregar ao senador Aécio Neves, atendendo a exigência deste, um relatório sobre como o partido irá posicionar-se nas cidades pernambucanas com mais de 100 mil eleitores. Neste relatório, Recife, Caruaru e Jaboatão dos Guararapes surgem como cidades onde, certamente, o partido espera lançar candidaturas. Para disputar as eleições de 2016, no Recife, o nome mais cotado é o do Deputado Estadual Daniel Coelho. Uma jovem repórter do JC levantou a hipótese de que, com o seu grupo político "acomodado" na SUDENE, isso poderia proporcionar melhores condições para o ex-prefeito João Paulo rearticular-se politicamente,  retomando o projeto de voltar a ocupar o Palácio Antonio Farias. É uma hipótese. 

A direção nacional do PT antevê algumas dificuldades nas eleições municipais de 2016. No caso do Recife, além dessas dificuldades estruturais, soma-se, ao nosso ver, uma espécie de apatia política depois que o partido perdeu a condição de um dos grandes protagonistas da quadra política recifense. Como se dizia na nossa infância, engoliu a isca do ex-governador Eduardo Campos, tornando-se dependente do seu guarda-chuva político. Com a sua morte, ressente-se de uma liderança de consenso que lhes devolva essa condição. Penso que talvez fosse melhor mesmo que o senhor João Paulo(PT) procurasse ajudar o Governo Federal através da SUDENE, assim como Paulo Rubem(PDT) na Fundação Joaquim Nabuco. Deixassem para voltar à ribalta política depois de cumprido os seus mandatos de gestores desses órgãos. 

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