pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Tijolinho do Jolugue: Para onde caminha Jarbas Vasconcelos?
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terça-feira, 22 de setembro de 2015

Tijolinho do Jolugue: Para onde caminha Jarbas Vasconcelos?





O Deputado Federal Jarbas Vasconcelos(PMDB), esteve, recentemente, num café da manhã, oferecido por empresários, numa espécie de federação, que atende pelo nome de Lide. Entre os políticos, talvez tenha sido mesmo o principal convidado.A imprensa deu ampla cobertura ao evento trazendo, depois, alguns aspectos da fala do parlamentar pernambucano, hoje muito identificado com as articulações em torno de um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Aliás, o deputado, quando questionado sobre este assunto, percebe-se, na fala sua fala, a condição de inevitabilidade de um possível pedido de afastamento da presidente. Quanto às suas perspectivas políticas, responde, sempre, que a sua prioridade é viabilizar o impeachment da presidente Dilma, como se não houvesse outros projetos a realizar na sua condição de representante de Pernambuco na Câmara Federal.

Um outro aspecto observado nas falas de Jarbas Vasconcelos é um desejo indisfarçável de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja preso, por suposto envolvimento da Operação Lava Jato. Não vou reproduzir aqui o que saiu publicado, uma vez que o deputado pode contestar, mas é como se ele achasse "engraçado' ver o Lula preso. Uma das piores coisas que pode acontecer ao indivíduo é quando ele perde o "eixo", aquele conjunto de regras e princípios que orientam as nossas vidas. Quem já viveu uma situação como esta sabe do que estamos falando.Sinto que é um pouco isso o que vem ocorrendo com o senhor Jarbas Vasconcelos. Tornou-se um político de conveniências, cuja bússola é guiada pelo mais puro pragmatismo, muito longe daquele Jarbas pautado por algumas regras basilares, que o ajudaram a tomar algumas decisões importantes no passado.

Durante a Ditadura, implantado com o golpe civil-militar de 1964, então pertencente aos quadros do MDB autêntico, Jarbas Vasconcelos foi uma das vozes mais ativas no enfrentamento do cerceamento das liberdades individuais aqui em Pernambuco, juntamente com Miguel Arraes, Fernando Lyra, Marcos Freire, Egídio Ferreira Lima, entre outros. Acredita-se que, por razões de espaço político, afastou-se do grupo mais ligado ao Dr.Miguel Arraes, acentuando-se bastante o grau de animosidade entre ambos. Essa relação azedou-se de uma tal maneira que o Dr. Arraes morreu e não reconciliou-se com o desafeto. 

Jarbas, em seu primeiro mandato como prefeito do Recife, ainda conseguiu ser eleito com a bandeira de esquerda, compondo um secretariado com alguns nomes de atores políticos oriundos dos movimentos sociais.  Mas, logo em seguida, antes mesmo do término do seu segundo mandato, costurou uma aliança com as forças políticas conservadoras e reacionárias do Estado, que ficou conhecida como União Por Pernambuco. Daí, então, ele apenas radicalizaria essa tendência, afinando o bico com os tucanos e tornando-se um dos críticos mais ácidos dos governos de coalizão petista. Depois de um desses "cozidão" realizado em sua residência, que contou com a presença do ex-governador Eduardo Campos - onde selou-se a paz entre ambos - Jarbas afinou o discurso anti-petista, apresentando a candidatura presidencial do ex-governador como aquela que apearia o PT do poder. 

Votou no Deputado Eduardo Cunha para a presidência da Câmara dos Deputados. Talvez percebendo seu equívoco, hoje prega abertamente o seu afastamento do cargo. Sempre com um olho no padre, outro na missa, um pé em Brasília, outro na província. Jarbas poderia receber o apoio não apenas de setores do partido, mas das hostes do PSDB, para presidente da Câmara Federal, na eventualidade do afastamento de Eduardo Cunha. A reconciliação com o ex-governador Eduardo Campos facultou o ingresso do seu afilhado, Raul Henry, na chapa encabeçada por Paulo Câmara(PSB), além de se tentar introduzir o Jarbinhas na Câmara de Vereadores do Recife, algo que não se viabilizou. 

Com a morte de Eduardo Campos, criou-se um vácuo de lideranças políticas no Estado, o que suscitou a possibilidade de Jarbas Vasconcelos tentar retomar a condição de liderança política que exerceu no passado, postulando uma candidatura às próximas eleições municipais de 2016, quiçá, com o concurso dos tucanos. O quadro está tão embolado no ninho tucano que preferimos nem especular sobre este assunto agora. Vamos deixar para o nosso artigo de monitoramento das próximas eleições municipais do Recife, sempre publicado nas quintas-feiras. O PT publicou uma nota de repúdio às declarações do deputado Jarbas Vasconcelos. 

Outro quadro que evidencia bastante estranheza é a relação do deputado com o prefeito Geraldo Júlio(PSB). Dizem que o deputado trava bonitinho todas as vezes em que é instigado a tratar deste assunto. Por outro lado, se desmancharia em elogios ao governador Paulo Câmara, a quem elogia a capacidade de diálogo. Paulo Câmara faz política. Um ofício que o prefeito Geraldo Júlio parece ter esquecido, segundo se conclui das considerações do deputado Jarbas. Infelizmente, nosso blog ainda não atinge um número expressivo de comentários, o que sentimos muita falta. Leio bastante esses comentários, tomando o cuidado de sempre responder religiosamente aos nossos comentadores. 

Nos comentários publicados no Blog do Jamildo, observei que alguns leitores foram bastante contundentes no tocante à situação enfrentada pelo deputado Jarbas Vasconcelos. Algumas coisas procedem, outras nem tanto. É verdade que ele pertence ao baixo clero da Câmara? É. Mas também não se pode subestimar que ele aparece como bem cotado na eventualidade de um afastamento de Eduardo Cunha(PMDB). Apontado como um dos principais artífices das manobras pelo impeachment, o ex-ministro Moreira Franco(PMDB), esteve presente num desses "cozidões", o que significa dizer que o peemedebista pernambucano não está assim tão "isolado" no PMDB. Também procede a observação de que sua carreira política no Estado quase atingiu o fundo do poço, assim como coube a Eduardo Campos emprestar-lhes uma sobrevida. Por outro lado, também não se pode desprezar seu 'capital" político no Estado, um trunfo com o qual ele poderá contar na eventualidade de desejar mesmo ocupar o vácuo de liderança deixado na província com a morte do ex-governador. 

   

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