Neste domingo, a partir de um editorial do Jornal Folha de São Paulo, publicamos no blog um artigo do professor da Universidade Federal da Paraíba, Joeldes Meneses. O editorial do jornal da família Frias traz o "sugestivo" título: "Última chance". Lá para o final do seu artigo, o professor Joeldes sugere que o editorial deveria ser chamado, na realidade, de "preparação da guilhotina", dado seu caráter de ultimato ao governo Dilma Rousseff. O problema de nossa economia é bastante delicado, exigindo muita ponderação, discernimento e prudência. Não somos economistas,mas, nessa crise específica, parece que nem eles tem uma solução para o problema. Vivem batendo cabeça, cada qual apresentado um receituário destinto como forma de enfrentar essa crise. Para não enveredarmos por um assunto que não dominamos, vamos nos deter nos aspectos políticos dessa crise, embora, em última análise, ela possua um componente econômico evidente.
Em entrevista recente, com a experiência de quem chegou a trabalhar com o presidente João Goulart, o hoje vereador Waldir Pires assegura que os conspiradores que se unem numa tentativa de interromper o Governo da presidente Dilma Rousseff são muito parecidos com aqueles que derrubaram o Governo João Goulart. Os udenistas daquela época hoje estão distribuídos em partidos como o PMDB, o PSDB, os Democratas e outras siglas afins. Ou seja, não há muita diferença entre os conspiradores de 1964 e os dos dias atuais, inclusive, quando o assunto é a grande imprensa, que oferece combustível sistemático aos urubus voando de costa, que ocupam outras plataformas de ação, como os que atuam no parlamento.
Pelos idos de 1964, a família Mesquita, do Estadão, em Washington, pregava abertamente um golpe no Brasil. O editorial da Folha sugere que estamos próximos do fim. A trégua teria sido quebrada e os conspiradores voltaram à carga no sentido de fustigar um governo democraticamente eleito, cujo prazo de validade vai até 2018. Não há muita novidade aqui. É a Folha sendo a Folha.O que observamos como preocupante é o desfecho desse processo, que, certamente, poderá culminar num governo de coalizão liderados por esses algozes, com prejuízos evidentes para a saúde de nossas já frágeis instituições democráticas e o comprometimento dos avanços sociais conquistados nas últimas décadas, sob o governo de coalizão petista.
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