Penso que todos temos o direito de manifestarmos nossas posições política, sem que isso signifique que tenhamos de ser patrulhados ou jogados por alguns para queimar na fogueira do inferno. Mas é exatamente isso o que vem ocorrendo em nosso país. Um padrão de intolerância jamais visto. Em Salvador, no último final de semana, um jovem foi morto depois de ser barbaramente espancado por 08 homens. Tinha apenas 22 anos de idade. Crime? passeava de mãos dadas com o seu irmão gêmeo, o que levou os homens a espancá-los, pensando que se tratava de um casal de homossexuais. Um deles morreu no local e o outro foi socorrido, ainda com vida, e permanece sob cuidados.
Normalmente, o público de esquerda possui os seus ícones, como o cantor Chico Buarque de Holanda, o ator José de Abreu. A direita, não fica por menos, vai de Cléo Pires, de Regina Duarte, Lobão e agora, quem sabe, o cantor Fábio Júnior não entra nessa galeria. Essa última leva é de fazer dó: defendem abertamente o impeachment da presidente Dilma Rousseff; são contra a demarcação de terras indígenas e até fazem brincadeiras de mal gosto com o dedo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva perdeu num acidente de trabalho. No contexto dessa galeria, penso que o Fábio Junior ser excedeu um pouco. Já cheguei na casa dos 50 e penso que ainda não consegui entender alguns comportamentos do ser humano. Se os espíritas tiverem razão, quando morrer, já irei providenciar um livro de protocolo, pedindo a Chico Xavier para autorizar imediatamente a nossa volta a este plano, com o objetivo de continuarmos aprofundando essa compreensão.
As faixas exibidas durante as manifestações dos coxinhas contra a presidente Dilma Rousseff dão bem a dimensão disso. Aparece umas senhoras - já da melhor idade - exibindo aqueles cartazes pedindo que os militares salvem o país; que Dilma deveria ter sido morta por seus torturadores; que essa corja deveria ter sido morta durante o regime militar e coisas assim. Logo aparece alguém informando que essa gente perdeu aquela aula de sociologia ou de história, mas, parece-nos, que o problema não é tão simples. Isso não pode ser apenas "desinformação".Isso representa, na realidade, esse "ranço" miserável de nossas elites contra os estratos sociais oriundos da base da pirâmide social. Direitos? que direitos? se os meus direitos são melhores do que o seu. É perversidade mesmo.
É nesse contexto que as ideias fascistas encontram um terreno fértil. Não se constitui exagero afirmar que ele já está presente em nosso cotidiano, através do apedrejamento aos homossexuais, às prostitutas, o trucidamento de pessoas inocentes em praças públicas, chacinas como a que ocorreu em Osasco, São Paulo, onde 18 pessoas foram mortas pela Polícia Militar do Estado. Um cantor como Fábio Junior faz uma declaração dessas - afirmando que o dedo de Lula esta naquele lugar conhecido dos brasileiros - e torna-se, um artista idolatrado por séquitos de apoiadores, para muito além dos seus fãs tradicionais. E ainda tem aquele jovem que foi às redes sociais pedir a morte da presidente Dilma Rousseff. Nossa desesperança é grande.
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