José Luiz Gomes
Ainda não não conseguimos ler o livro "Brasil, uma biografia", escrito por Lilia M. Schworcz e Heloisa. M. Starling. O livro nos foi enviado recentemente e ainda não tivemos a oportunidade abrir o pacote. Trata-se de uma obra que está sendo muito bem recomendado e, mesmo que não estivesse, iríamos solicitá-la, na perspectiva de entendermos, quem sabe, um pouco melhor o país. Aproveitei o último domingo, madrugada a dentro, para acompanhar uma entrevista concedida pelas autoras ao Canal Livre, transmitido pela TV aberta, precisamente pela Rede Bandeirantes.Muita coisa foi discutida durante o debate, mas, vira e mexe, os entrevistadores voltavam sempre à cena do homem cordial, de Sérgio Buarque de Hollanda, sobre a enorme dificuldade de se estabelecer limites entre o espaço público e o espaço privado no Brasil. E as autoras, com aquela simpatia e traquejo, iam logo emendando, daí as dificuldades de reconhecimento dos direitos do andar de baixo. Para a elite, meus direitos não se comparam aos seus.
No país,com raras exceções, os gestores públicos fazem uma verdadeira "farra" com a res publica. Coitada dessa nossa res publica, que fica a mercê desses governantes, para as orgias celebradas através do patrimonialismo, do familismo amoral, do nepotismo e e outros ismos afins, igualmente danosos ao interesse público. Impressionante como parte da população não consegue enxergar esses danos e, por vezes, alimentam esses sanguessugas do erário público, permitindo sua reprodução, inclusive por canais institucionais que poderiam servir de contraponto a isto, como o processo eleitoral, que deveria filtrar essas ervas daninhas do erário. Já que estamos falando em 'hiatos", eis aqui um bom debate, ou seja, como podemos ter avançado tanto em termos de arcabouço institucional e continuarmos vivendo ainda, nos tempos do Coronelismo, Enxada e Voto?
Não gostaríamos de falar dos mortos, mas é inevitável a referência ao sociólogo francês Pierre Bourdieu. Se estivesse aqui na província, ele nos informaria que, os que poderiam mudar isso não o desejam, possivelmente em razão dos privilégios auferidos - que são os que estão em cima -; e os de baixo se contentam com alguns ritos simbólicos, algumas vantagens pontuais. Ou, para usarmos uma expressão conhecida, das migalhas que caem da mesa dessa gente. De forma que,no final, tudo se ajeita com muito "jeitinho" e vaselina política.
Não se constitui nenhuma exagero afirmar que, por ali pelo Bairro de Dois Irmãos está se sendo cevada uma nova oligarquia política no Estado, com simbolismos típicos de um principado. E ai de quem ouse clamar em defesa do interesse público nesse momento, a exemplo do professor Michel Zaidan Filho, da Universidade Federal de Pernambuco. Essas oligarquias se alimentam do apanágio, dos áulicos e bajuladores de turno, dos subservientes e dóceis.Alguns verbetes políticos foram solenemente abolidos do seu dicionário, como, por exemplo, interesse público, republicanismo, publicidade de suas ações, transparência da gestão, prudência e equilíbrio no que concerne à opinião pública. Afinal, como afirma o professor, o Estado não tem dono e os eleitos receberam uma concessão para gerenciar a máquina pública, submetida às leis, à fiscalização da população.
Isso que está ocorrendo com o professor Michel Zaidan denota uma profunda falta de respeito com quem pensa diferente, tem a coragem a dignidade de emitir suas opiniões, não se submete aos governantes de turno,e, portanto, são vítimas desses achincalhes, perseguições e injustiças. É aquela pedrinha no sapato, que tanto incomoda os governantes e, na primeira oportunidade, eles tentam retirá-la de cena, jogando-o para bem distante.
Os pernambucanos deveriam se orgulhar de ter aqui na província pessoas com o caráter, a decência e a integridade de um Michel Zaidan, que nunca se curvou a esses desmandos com os interesses republicanos. Todos que se insurgem contra essas oligarquias são vítimas desse mesmo processo. Parece até coisa combinada. Os métodos são os mesmos. A primeira manobra é desmoralizar e desacreditar o indivíduo, tratando-os como loucos, ranzinzas, frustrados, minimizando os efeitos dos seus discursos. A segunda etapa é forjar ou criar processos, numa tentativa de intimidá-los. Quando não existe nada, eles criam, plantam, disseminam inverdades.
E o pior é que encontram cupinchas para realizarem o trabalho "sujo", em troca de algumas migalhas. Abaixo, publico uma foto sobre o que foi feito com a vereadora Marília Arraes, quando ela abriu uma dissidência dentro das hostes oligarcas.
É o que está ocorrendo com o professor Michel Zaidan. Infelizmente, essa turma estende seus tentáculos para todas as esferas do aparelho de Estado, comprometendo, por vezes, um julgamento justo de suas vítimas.
Pelo andar da carruagem política, o que teria motivado a ira de vossa excelência, possivelmente foi um artigo do professor, com o título de FAIRPLAY, quando estourou aquela operação da Polícia Federal, em terras pernambucanas, envolvendo os negócios nebulosos entre o Estado e a iniciativa privada, na construção da Arena Pernambuco. Foi a Polícia Federal que afirmou que se tratou de uma manobra urdida por uma "quadrilha" com o propósito de desviar recursos públicos. O superfaturamento atingiu a vergonhosa cifra de 43 milhões de reais.
Temos a honra de ter sido aluno e amigo do professor Michel Zaidan. Alguém lembrou nos comentários ao artigo do professor, que isso se assemelha a um processo kafkaniano. De fato, o professor tem razão ao questionar o procedimento de não ser informado sobre as acusações que lhes estão sendo imputadas. Mas, o caráter kafkaniano do processo não esgota-se aqui. Ele começa pelo princípio de se interpor à liberdade de expressão.Temos certeza de que ele, mais uma vez, com o apoio de tod@s nós irá superar tudo isso, terá muitos anos de vida pela frente e continuará vigilante, nos últimos andares do CFCH, com sua visão arguta da realidade, observando o que anda ocorrendo no Palácio do Campo das Princesas. Quer eles gostem ou não.
Leia também o possível artigo gerador da polêmica:
FAIR PLAY
E o pior é que encontram cupinchas para realizarem o trabalho "sujo", em troca de algumas migalhas. Abaixo, publico uma foto sobre o que foi feito com a vereadora Marília Arraes, quando ela abriu uma dissidência dentro das hostes oligarcas.
É o que está ocorrendo com o professor Michel Zaidan. Infelizmente, essa turma estende seus tentáculos para todas as esferas do aparelho de Estado, comprometendo, por vezes, um julgamento justo de suas vítimas.
Pelo andar da carruagem política, o que teria motivado a ira de vossa excelência, possivelmente foi um artigo do professor, com o título de FAIRPLAY, quando estourou aquela operação da Polícia Federal, em terras pernambucanas, envolvendo os negócios nebulosos entre o Estado e a iniciativa privada, na construção da Arena Pernambuco. Foi a Polícia Federal que afirmou que se tratou de uma manobra urdida por uma "quadrilha" com o propósito de desviar recursos públicos. O superfaturamento atingiu a vergonhosa cifra de 43 milhões de reais.
Temos a honra de ter sido aluno e amigo do professor Michel Zaidan. Alguém lembrou nos comentários ao artigo do professor, que isso se assemelha a um processo kafkaniano. De fato, o professor tem razão ao questionar o procedimento de não ser informado sobre as acusações que lhes estão sendo imputadas. Mas, o caráter kafkaniano do processo não esgota-se aqui. Ele começa pelo princípio de se interpor à liberdade de expressão.Temos certeza de que ele, mais uma vez, com o apoio de tod@s nós irá superar tudo isso, terá muitos anos de vida pela frente e continuará vigilante, nos últimos andares do CFCH, com sua visão arguta da realidade, observando o que anda ocorrendo no Palácio do Campo das Princesas. Quer eles gostem ou não.
Leia também o possível artigo gerador da polêmica:
FAIR PLAY
muito obrigado pelo apoio de sempre. José Luiz. Vamos em frente!
ResponderExcluirVamos em frente, professor. Vamos mobilizar toda a sociedade pernambucana contra desses desmandos,
ResponderExcluirarbítrios e tentativa de cerceamento da liberdade de expressão que estão ocorrendo no Estado. Um forte abraço.