Em meio ao ciclone que atingiu recentemente algumas cidades do Estado do Rio Grande do Sul, as ações desenvolvidas pelo movimento, que igualmente distribuiu milhões de marmitas à população desabrigada, fez uma enorme diferença humanitária, merecendo o reconhecimento do governador Eduardo Leite, um notório adversário do Governo Federal. Como se sabe, existe uma identidade do movimento com o Partido dos Trabalhadores. O programa de combate à fome desenvolvido pelo Movimento dos Sem Terra precisa ser melhor conhecido pela população. O movimento mantém tal programa de forma regular, não apenas nas catástrofes ou pandemia. Aliado a outros movimentos e a setores progressistas da Igreja Católica, sopas são distribuídas a moradores de rua em diversas praças do país.
Curioso que, por algum motivo - desta vez possivelmente não relacionado às turbulências políticas às quais nos referimos no início - embora a premiação se devesse a um trabalho do movimento na província pernambucana, a noticia também não repertiu na imprensa local. Havia um professor na UFPE, já falecido, que costumava enfatizar sempre que não conhecia, no país, uma imprensa tão atrelada ao interesse econômico ou oligárquico como a pernambucana. A História da imprensa no estado - embora com honrosas exceções - mostram, nitidamente, a vinculação de grupos econômicos ou políticos com os jornais locais.
Durante a ditadura do Estado Novo, por exemplo, Agamenon Magalhães tinha o seu Folha de Manhã, um órgão de imprensa vinculado à defesa das diretrizes políticas da ditadura. Por essa época, o tradicional Diário de Pernambuco fazia forte oposição à ditadura do Estado Novo, mas não se pode negar, igualmente, seus vínculos com a aristocracia açucareira da Zona da Mata do Estado, com a qual Gilberto Freyre mantinha afinidades. De rabo preso apenas com os leitores, apenas a Folha do Povo, que tinha como editor à época o cronista Rubem Braga, que precisou deixar a província pernambucana para não ser preso.
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