A impressão que se tem é a de que no governo anterior, o "por fora" funcionava melhor do que o "por dentro", embora o discurso das quatro linhas fosse repetido quase que como um mantra. Vale aqui a máxima do filósofo Nietzsche, de que os discursos, geralmente, escondem as verdadeiras intenções dos seus autores. Neste caso nossas atenções devem se voltar para o "não dito" ou aquilo que fica escondido nas entrelinhas, que são, na realidade, a essência desse discurso, as verdadeiras intenções dos atores políticos. No Brasil recente, um golpe de Estado foi tramado, enquando o discurso do respeito à Constituição era exposto para a plateia.
Gustavo Bebianno, que morreu prematuramente, ainda jovem, com 58 anos de idade, chegou a compor o ministério do Governo Jair Bolsonaro. Antes do seu falecimento, ele concedeu uma entrevista ao Programa Roda Viva, da TV Cultura, onde afirma ter recebido um emissário da família Bolsonaro com a proposta de compor uma espécie de ABIN paralela, que seria integrada por três agentes e um delegado. Por essa época, salvo melhor juízo, Bebianno já estava em processo de desgaste junto ao clã Bolsonaro.
Recentemete, a Casa Civil da Presidência da República determinou a exoneração de dois agentes envolvidos no caso de espionagem ilegal de políticos, jornalistas e outros desafetos do Governo Bolsonaro. A PF ainda encontra-se debruçada sobre os documentos encontrados em suas operações de busca e apreensão. Aquelas provas que ainda foram preservadas, naturalmente, uma vez que há rumores de que ao apagar das luzes entre um governo e outro, alguns discos rígidos e computadores desapareceram de algumas repartições públicas.
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