pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Governo Lula se complica de vez com o Legislativo.
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sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Editorial: Governo Lula se complica de vez com o Legislativo.

Crédito da Foto: Wilton Júnior. 

Depois de esboçar uma certa resistência - certamente em razão das gestões do seu núcleo duro - Lula acabou entregando a Caixa Econômica Federal, de porteira fechada, ao Centrão. Além das questões econômicas, políticas, há, até mesmo, um componente de gênero nesta transação nebulosa, conforme observa o jornalista Josias de Souza, do Portal UOL. Além do preposto Carlos Fernandes, coringa do seu staff de confiança, que assumirá a presidência do banco estatal, Arthur Lira deverá indicar 12 vice-presidências da Caixa Econômica, das quais a metade estavam sob o comando de mulheres, na gestão de Rita Serrano. Ou seja, o estrago em termos de representação feminina no Governo ainda é maior do que se pensava, uma vez que sugere-se existir um  DNA misógino entre os integrantes daquele agrupamento político. É esperar pouco tempo para saber se estamos certos, pois as nomeações não tardarão.  

Mas as dores de cabeça de Lula - as do quadril, felizmente, estão sanadas depois da cirurgia - não páram por aqui. Como já se sabe, o apetite do Centrão por verbas e cargos é insaciável. Hoje, um dia seguinte à entrega do banco, o cacique do grupo, Arthur Lira, deixa claro para o morubixaba petista que tal gesto não seria suficiente, principalmente em ano eleitoral, onde a demanda é ainda maior. O resumo da ópera é que o Centrão, para variar, não está satisfeito. Já discutimos isso por aqui e voltamos a assunto. Está se tornando complicado esses arranjos políticos do Governo Lula com a velha guarda da mangueira do governo anterior, de métodos bastante conhecidos, todos perniciosos, rejeitado nas urnas, mas mantendo seu quinhão através de expedientes como a chantagem política. Até ministro pego de calças curtas deixou de ser afastado em nome desses acordos. 

No Sanado Federal, as coisas estão no mesmo diapasão ou talvez ainda mais complicadas, produzindo refregas, como a rejeição da indicação do nome de Igor Roberto Roque para a Defensoria Pública da União. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, sempre tido como um conciliador nato, está com um comportamento muito diferente de alguns anos atrás. Por algum motivo - são inúmeras as especulações em torno dessa mudança de comportamento - Rodrigo parece ter se alinhado aos pares no enfrentamento dos demais Poderes da República. Há quem assegure que, internamente, ele teria interesse em exercer influência sobre o seu sucessor na Casa, além de ser indicado pra uma vaga no Tribunal de Contas da União. Para isso, precisa cativar a base. A bancada de senadores da oposição é bastante expressiva. 

A derrota da indicação do nome de Igor Roberto, por outro lado, traz alguns complicadores no que concerne à indicação de Lula sobre o nome que deverá ocupar a vaga de Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal. Antes de indicar um nome, Lula deve considerar especialmente essa nova conjuntura política. A indicação do nome de Flávio Dino, atual Ministro da Justiça e Segurança Pública, neste momento, por razões óbvias, deve ser solenemente descartada. Neste momento, a oposição está com a faca nos dentes e o Governo Lula acuado. Infelizmente.   

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