O Psol realizou o seu Encontro Nacional no dia de ontem, em Brasília. A confusão entre militantes, amplamente divulgada pela imprensa, fez lembrar dos velhos encontros do Partido dos Trabalhadores, onde faltavam tamboretes para serem jogados nos integrantes de alas apostas. O Psol, aliás, surgiu dessas dissidências. É uma espécie de costela do Partido dos Trabalhadores. Se o antropólogo Gilbert Durand estivesse entre nós, diria que isso faz parte do jogo. É um processo inerente à bacia semântica. O Psol é o PT dos anos 80. As brigas já não se limitam às teses, mas aos cargos estratégicos na direção da agremiação partidária. Quando atigirem maiores nacos de poder, reunindo as condições para acomodar os companheiros, tende-se a cessarem as brigas internas, assim como a defesa intransigente das "teses."
Existem duas alas que se digladiam entre si. Uma hegemônica, liderada pelo Deputado Federal Guilherme Boulos(Psol-SP), que elegeu a presidente da legenda, e outra liderada pela também Deputada Federal Sâmia Bomfim, que deu um trabalho danado aos bolsonaristas durante as sessões da CPI do MST. A historiadora Paula Coradi, indicada pela ala de Guilherme Boulos, foi conduzida à presidência nacional da legenda psolista. Guilherme deve ser candidato à Prefeitura de São Paulo nas eleições municipais de 2022.
Estávamos acompanhando agora, pelas redes sociais, um incidente entre integrantes da legenda e agentes da Polícia Federal, depois de uma revista no Aeroporto de Brasília, denuciada como um ato de rasismo. Um deputado de cor negra, voltava para as sua base, quando foi sugerido pelos agentes da PF que seria submetido a uma revista pormenorizada. Pode ter sido uma escolha aleatória, mas diante desse climão que vive o país, logo o ambiente identitário dá as cartas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário