pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: A curiosa História das milícias no Rio de Janeiro.
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terça-feira, 24 de outubro de 2023

Editorial: A curiosa História das milícias no Rio de Janeiro.

 


Estávamos acompanhando, através de imagens, o grande aparato de forças da Guarda Nacional que está chegando no Rio de Janeiro, com o propósito de colaborar com o Governo do Estado no enfrentamento à crise de segurança pública que o estado enfrenta neste momento, quando milicianos, a mando dos chefões, ateam fogo em carros, colocando em risco a vida dos moradores e produzindo um caos urbano de proporções gigantescas. O governador Cláudio Castro(PL-RJ) fez uma pronunciamento sobre o assunto, onde informou que alguns vândalos foram presos e enquadrados como terrorisas, serão encaminhados para presídios federais, mas algo nos deixou intrigado. 

Durante sua fala, ele tropeçou nas palavras, não passou convicção sobre o que afirmava, como se estivesse aturdido e até inseguro sobre as condições que o estado reúne para o enfrentamento do crime organizado. Não completamente refeito do impacto, entende-se. O que nos parece ser complicado é o fato de ele transmitir a impressão de que está mais perdido do que cego em tiroteio. Para as pessoas que possuem o mínimo de informação sobre o que se passa no Rio de Janeiro talvez não surpreenda tal comportamento do  

Há alguns anos atrás, líamos uma longa matéria tratando da origem das milícias naquele estado. Parece incrível, mas tudo começou com uma inocente associação de moradores que impunha a ordem na comunidade, já naquela época se constatando a ausência de Estado. A princípio, eles exploravam nichos de negócios ilícicos bem conhecidos - como gatonet, transporte alternativo, aluguel e venda de imóveis -  mas logo perceberiam que as grandes margens de lucros estavam mesmo era no tráfico de drogas,  que  passou a integrar a carteira de atividades do grupo, disputando espaço com os traficantes. 

A milícia que hoje apavora o Rio de Janeiro neste momento, quando de sua origem, se chamava de Liga da Justiça e foi criada pelos próprios policiais. Geralmente sçao policiais da chamada "banda podre", alguns deles, inclusive, afastados de suas atividades regulares. Algum tempo depois, o grupo miliciano caiu nas mãos dos traficantes da zona leste, tornando-se, desde então, a maior milícia em atuação no estado. Infelizmente, devo antecipar que não será com reforço policial que vamos chegar à pacificação do problema. O Rio de Janeiro é um ente federado "bichado", onde o núcleo duro do aparelho de Estado foi irremediavelmente contaminado.  

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