O Diário Oficial da União, em sua edição de hoje, traz aquilo que poderia ser uma grande notícia para os segmentos mais progressistas da sociedade brasileira, principalmente aquelas famílias que perderam seus entes amados durante o período de obscurantismo que o país atravessou depois do golpe Civil-Militar de 1964. Louvável aqui reconhecer o esforços que devem ter sido empreendidos por pessoas íntegras e sérias que integram o Governo Lula, a exemplo do Ministro dos Direitos Humanos, o sociólogo e professor, Sílvio Almeida, que, desde o momento em que assumiu o cargo, manifestou interesse na reabertura dessa comissão de mortos e desaparecidos, cujo trabalho havia sido interrompido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Infelizmente, devo aqui manifestar nosso pessimismo em torno deste assunto, principalmente em razão da conjuntura política que o país atravessa, quando tivemos exemplos recentes de que a disposição de dissecar essa verdades ficam comprometidas pelos constrangimentos institucionais impostos. Até recentemente, o então Ministro da Justiça, senhor Flávio Dino, hoje no STF, voltou encantado com uma experiência chilena, que havia erguido uma instituição museológica para enaltecer a memória dos jovens desaparecidos durante a sangrenta ditadura militar ocorrida naquela país.
Salvo melhor juízo, além de uma exposição programada para ser realizada em Brasília, proposta do próprio Ministério dos Direitos Humanos, Flávio Dino teria sugerido que o Brasil criasse uma instituição do gênero, no que foi desaconselhado, durante o período alusivo aos 60 anos de aniversário do golpe de 1964. Paralelamente à criação dessa comissão, fala-se abertamente na concessão de anistia àqueles que, mais recentemente, voltaram a tramar contra as nossas instituições da democracia.
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