Sinceramente, não vejo como os familiares possam perde o controle do espólio político do ex-governador Eduardo Campos. Todas as demonstrações nos informam o contrário, a começar pela movimentação dos familiares, procurando ocupar os espaços de poder deixado pela morte do ex-governador. Claro que isso não é automático. Há muitas divisões internas nas hostes neo-socialistas tupiniquins e no plano nacional. Um bom exemplo disso é a recente perda do passe da ex-prefeita Marta Suplicy, cujas articulações de ingresso na legenda estavam bastante avançadas. Deu para trás.
Marta já anunciou que deverá filiar-se ao PMDB, legenda pela qual deverá sair candidata nas eleições municipais paulistas de 2016. O curioso, conforme comentávamos ontem, é que senhora Marta Suplicy anda à procura de um partido não corrupto. Certamente, aterrissou no lugar errado. No plano local, há algumas divisões na legenda. Para complicar ainda mais o cenário, os atores ascendentes não possuem experiência política. Tanto o prefeito quanto o governador são do quadro "executivo". Homens escolhidos a dedo pelo ex-governador para cumprirem determinadas missões. De preferência quem não ameaçasse a sua hegemonia sobre o grupo. Eduardo, literalmente, isolou as raposas politicas da legenda, a exemplo de João Lyra e Fernando Bezerra Coelho.
Enquanto ele estava vivo para costurar as alianças, dirimir conflitos, impor os seus nomes, tudo ia muito bem. Com a sua morte, o rebanho neo-socialista ressente-se de um hábil articulador. Neste cenário, Geraldo Júlio, que deseja sua reeleição, teme a própria sombra. Trata-se de um jogador defensivo. Não se arrisca muito no tabuleiro político. As movimentações do irmão do ex-governador, o escritor Antonio Campos, no sentido de viabilizar sua candidatura à Prefeitura de Olinda, nas eleições de 2016, já se sabia disso, iria provocar um rearranjo aliancista, uma vez que o PSB sempre respeitou o tradicional reduto político do PCdoB.
Nas dificuldades de reeleição de Renan Calheiro, o próprio ex-governador foi a Olinda ajudar o aliado. O acordo era tácito. Os comunistas apoiavam os socialistas no Recife e este os apoiavam em Olinda. A entrada de Antonio Campos no tabuleiro político da Marim dos Caetés, mexeu com esse arranjo. Geraldo não deseja perder o apoio do partido no Recife, tampouco o PCdoB parece disposto a apoiar um outro nome, que não seja o da deputada Luciana Santos, que pretende voltar a gerir os destinos da cidade histórica. Segundo o colunista Inaldo Sampaio, hoje, na Folha de Pernambuco, Antonio Campos teria ameaçado chutar o pau da barraca. Deu um prazo de 15 dias para o partido se definir sobre o apoio de sua candidatura. Do contrário, irá a procura de uma outra legenda para viabilizar a sua candidatura. Vamos ver como Geraldinho irá se sair dessa.
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