Não haverá golpe e as mobilizações contra o Governo Dilma foram previamente abortadas. Como afirmamos antes, a manifestação que, de fato, é simbólica, será a que está programada para o dia 20 de agosto, quando os movimentos sociais e outras entidades da sociedade civil deverão ir às ruas para "defender o Governo". Afinal, cabe a pergunta: que governo eles irão defender? Certamente, são será o governo que aí está, encilhado com uma agenda liberal dantesca, lesiva aos interesses nacionais e dos trabalhadores. Esse foi o preço a ser pago no xadrez político que impediu as movimentações no sentido de derrubada ou impedimento - o que seria a mesma coisa, já que não haveria condições legais que justificassem um impeachment - do Governo da presidente Dilma Rousseff.
Três atos determinaram o fim do assanhamento em torno da ilegalidade, todas patrocinadas por atores ligados, de alguma forma, em menor ou maior proporção, a essas urdiduras. Talvez a exceção fosse mesmo para o Presidente do Senado Federal, Renan Calheiros(PMDB). Mas, a rigor, com a tal agenda positiva apresentada, nem precisava conspirar contra o Governo Dilma. O primeiro ato seria a declaração de João Roberto Marinho, um dos donos da Rede Globo, informando que o sucessor da presidente Dilma Rousseff assumiria em 2018, num evidente recuo em torno da manutenção das regras do jogo democrático que elegeu Dilma Rousseff. O segundo ato, deveu-se ao tucano Geraldo Alckmin, informando que a legalidade deveria ser mantida. Não seria por aqui que os tucanos marchariam unidos.
Geraldo Alckmin alimenta aspirações presidenciais e, de certa, forma, interessa a ele o desgaste do senador Aécio Neves, golpista até nos sonhos e nos atos falhos. Fica cada vez mais evidente que ele não possui "envergadura" para o cargo de presidente da República Federativa do Brasil. O terceiro ato coube, como antecipamos, ao Presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, com a sua agenda tirada do bolso, costurada sob medida com os interesses das forças mais retrógradas do país. Infelizmente, Dilma Rousseff, contingenciada pelas circunstâncias políticas, emparedada no tabuleiro, submeteu-se a tal agenda. Seis meses depois, acaba o Governo da presidente Dilma Rouseff. Não haverá golpe. É certo. Mas também não haverá um governo orientado pelas conquistas sociais obtidas pela sociedade brasileira nos últimos anos. Os que vão às ruas no próximo dia 20 de agosto deverão deixar isso bem claro para a presidente Dilma Rousseff. Ainda bem que, urdidos nas lutas sociais, eles continuarão defendendo o Estado Democrático de Direito. Sabem o que representa uma ruptura institucional.
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