A ex-senadora Marta Suplicy, segundo dizem, está de malas prontas para ingressar no PMDB. As articulações em torno de uma possível filiação ao PSB, por algum motivo, não prosperaram. Não se pode mesmo levar os políticos brasileiros a sério - com raríssimas exceções - porque, em última análise, a ex-senadora teve a coragem de afirmar que estava à procura de um partido menos corrupto do que o PT. Isso só pode ser brincadeira. Salvo algum engano, Marta Suplicy entra mesmo no seu outono político. O capital político construído ao longo de sua militância no Partido dos Trabalhadores - onde, até certo ponto, se identificava com uma plataforma política mais progressista - aos poucos, está se esvaindo.
É preciso ter muito cuidado com essas coisas, mesmo conhecendo as fragilidades do eleitorado brasileiro. Em alguns casos, ele não costuma perdoar essas mudanças repentinas de rumo político, motivada tão somente pelo jogo pragmático das disputas eleitorais. Marta Suplicy começou a perder o prumo político quando foi preterida pelo partido nas eleições de 2012, para a prefeitura da capital, em São Paulo. Não necessariamente pelo partido, mas por Luiz Inácio Lula da Silva, que acabou impondo o nome de Fernando Haddad como candidato. Na realidade, desde então, as feridas nunca foram devidamente cicatrizadas.
Embora ministra de Dilma, Marta era um poço até aqui de mágoas. Em sua carta de despedida do Ministério da Cultura, já esboçava suas insatisfações com o Governo de Dilma Rousseff. A escolha do nome do sociólogo Juca Ferreira para substitui-la naquela pasta, igualmente, suscitou em Marta Suplicy mais uma motivação para as críticas. Desta vez, ainda mais contundentes, com ilações sobre a conduta do indicado. É difícil saber qual o cálculo político da senhora Marta Suplicy. Ela pode, inclusive, está realizando alguns cálculos equivocados. A filiação ao PSB envolvia alguns lances curiosos, a começar por um possível apoio do atual governador tucano, Geraldo Alckmin, à sua candidatura à Prefeitura da Cidade de São Paulo.
Isso não seria inusitado se considerarmos a "camaradagem" do governador paulista com os neo-socialistas, a começar pelo ex-governador Eduardo Campos. Porque essas entabulações não prosperaram é um grande mistério. Também não sabemos qual o preço do seu passe nas hostes peemedebistas, mas, possivelmente, deve concentrar-se numa possível candidatura nas eleições de 2016. Se isso ocorrer - e caso venham a se confirmar as previsões - ou os desejos - de João Santana, marqueteiro oficial do Planalto - ela poderia bater chapa com o próprio Lula. Já imaginaram?
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