Os anos passam e a qualidade dos gestores públicos da cidade de Paulista apenas decaem. Circula pelas redes sociais a imagem de um prefeito tatuado com as figuras dos ex-governadores Miguel Arraes e Eduardo Campos. Numa sociedade polarizada como a nossa, manifestações explícitas de babação não seriam inusitadas, mas, até para isso, é preciso estabelecer algumas ponderações. Penso que o cidadão errou na dose. Tornou-se ridículo. Mas não pensem que as coisas param por aí. Em plena missa em homenagem à passagem de um ano da morte do ex-governador Eduardo Campos, eis que o chefe da edilidade municipal, num gesto de abnegação e espírito público elevado, anuncia uma redução do seu salário e dos seus secretários para fazer frente às dificuldades de finanças do município. Todos sabemos que estamos num momento de contenção de despesas. A crise atingiu a todos.
Gestões de diminuição e redução dos gastos públicos serão sempre bem-vindas. Ocorre que esse gesto é apenas demagógico, sem qualquer efeito concreto sobre as finanças municipais. O rapaz está precisando de assessoria, de alguém com a coragem de abrir os seus olhos, evitando-se essas bravatas, esses atos impensados. Gestão pública não é nenhuma brincadeira. Exige respeito por cada centavo do contribuinte; exige o esforço para melhorar a vida do cidadão; disposição e trabalho para superar as dificuldades; melhoria dos índices de indicadores sociais essenciais, como educação, saúde, mobilidade, habitação, meio ambiente etc. Certamente, não é com atitudes assim que vamos melhorar a gestão da coisa pública.
Vamos ficar por aqui porque não tenho mais estômago para falar sobre os problemas de malversação de recursos públicos, onde o município, tudo leva a crer, cumpria um papel importante nessa engrenagem montada no Estado, que está sendo desbaratada. A nós não causaria nenhuma estranheza se a Polícia Federal - que está aqui pertinho - se deslocasse para o município nas próximas horas, destrinchando essas "ramificações nebulosas". Pernambuco parece ter sido loteado entre os gatunos do erário.
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