Neste final de semana, estranhei alguns movimentos dos atores políticos sabidamente conspiradores ou susceptíveis a um afastamento da presidente Dilma Rousseff, do cargo de Presidente da República Federativa do Brasil, legitimamente eleita dentro das regras do jogo democrático. Discutimos isso pelo blog. Parecia que o clima estava mais sereno, caminhando para um contexto de normalidade institucional, numa perspectiva de calmaria, até sairmos da crise. Aqui na província, um "cozidão" realizado por um possível candidato a substituir o atual presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, companheiro de legenda do PMDB. Logo em seguida à orgia gastronômica, os convivas saíram invocando um gesto de grandeza da presidente Dilma Rousseff no sentido de pedir sua renúncia do cargo.
Num artigo de um jornal da tropa de choque golpista, o articulista apresentava seus argumentos para informar que a trégua avalizada pelas federações empresariais, os grandes bancos, setores da mídia e políticos, havia chegado ao fim. A crise econômica estava tão braba que o Governo não teria o que oferecer aos seus "achacadores" de turno. Mais uma vez ou sempre prevalece a lógica do capital. Acrescente-se a isso o pedido de revisão da aprovação das contas de campanha da presidente Dilma Rousseff, solicitado a TSE, pelo ministro Gilmar Mendes.
Um outro fator que pode estar pesando contra a manutenção das regras do jogo é o pouco intervalo que o Planalto teve para se refazer da refrega golpista. O PMDB que já estava dividido, parece que esfacelou de uma vez o seu apoio à base aliada da presidente Dilma Rousseff. O vice-presidente, Michel Temer, acaba de entregar o cargo de articulador político do Governo. Ele até teria habilidade para o exercício do cargo, mas sempre foi um ator político a quem não se pode dar total confiança. É do tipo que age pragmaticamente, procurando unicamente maximizar os seus interesses pessoais. Os princípios republicanos nunca orientaram a sua conduta política. Se percebe que o barco pode afundar, ele o abandona na primeira hora. Seu afastamento da coordenação política do Governo é, de fato, um mal presságio para a saúde de nossa frágil democracia política.
A charge é do Renato Aroeira
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