pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Tijolinho do Jolugue: Por que a TV Globo recuou?
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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Tijolinho do Jolugue: Por que a TV Globo recuou?




Há algumas especulações em torno de um possível encontro entre o senhor João Roberto Marinho, um dos donos da Rede Globo, com a bancada de senadores do PT. Os mistérios em torno desse possível encontro seriam naturais, alimentados por ambas as partes. Logo em seguida, surpreendeu a muita gente os editoriais dos principais jornais da emissora, em defesa da legalidade, da continuidade do mandato da presidente Dilma Rousseff, que se encerra apenas em 2018, conformem seus jornalistas fizeram questão de enfatizar. Dizem que, no encontro, João Roberto Marinho havia declarado estar cansado dessas estripulias do senhor Eduardo Cunha(PMDB), atual presidente da Câmara dos Deputados. Uma irresponsabilidade. A grande questão que se coloca é o que teria ocorrido para os Grandes Irmãos Marinhos voltarem atrás, um recuo que não combina nem com o currículo e nem com o DNA das Organizações Globo. Esses encontros entre lideranças petistas e os representantes das Organizações Globo são sempre emblemáticos. 

Um deles nos levou à universidade para estudarmos com mais acuidade o cenário político brasileiro, sobretudo o Partido dos Trabalhadores. Este ao qual nos referimos, ocorreu entre o próprio Roberto Marinho e Luiz Inácio Lula da Silva, então já uma vítima preferencial dos ataques da emissora. Talvez não fosse necessário dizer que Lula foi pedir uma trégua. A Rede Globo foi um monstro cevado pela Ditadura Militar instaurada no país com o golpe civil-militar de 1964. Muito mais do que qualquer outra coisa, é preciso saber como lidar com isso. É preciso uma estratégia muito consistente sobre como enfrentar esse poderio midiático. Os danos que ele causa são conhecidos, mas os remédios utilizados para enfrentá-los nem sempre surtem os efeitos esperados. Sua audiência vem despencando, é verdade, mas não pelos sucessivos chamamentos de boicotes à emissora. Todos sabem que aquilo não dá em nada. 

É bastante observamos pelas redes sociais a repercussão que essa mudança de comportamento da emissora dos marinhos obteve. Dilmistas e anti-dilmistas  de todas as matizes ideológicas comentaram sobre o assunto. Todos se interrogaram por qual carga d'água a emissora havia mudado de opinião.  Uns pediram até para desconfiarmos das reais intenções da emissora. Isso seria apenas um prenúncio para novas investidas, dessa vez mais contundentes, contra o Governo da presidente Dilma Rousseff. Aos poucos, uma série de fatores estão contribuindo para a fragilização daquele império midiático: a desconcentração das verbas publicitárias do Governo Federal, hoje melhor dividida entre os diversos segmentos do setor; o avanço das novas mídias, reduzindo a audiência de TV e a leitura dos jornais impressos; o desgaste da imagem da emissora junto à opinião pública; as rusgas criadas dentro da própria emissora, onde artistas renomados defendem posições claramente em favor da legalidade e anti-golpistas. Cada império alimenta o germe de sua própria destruição. 

Os marinhos parecem ter chegado à conclusão de que uma ruptura institucional de caráter golpista - já que não respaldada em motivação legal - seria bastante desastrosa para o país. Quem, afinal, tocaria esse barco, respaldado pelos militares, por nossa elite preconceituosa, por forças políticas decentes, pela opinião pública, pelo mercado?  Sinceramente, não vemos ninguém no horizonte. É melhor deixar como estar. Pior pode ficar, conforme advertiu o senador Humberto Costa, do PT pernambucano.  






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