Depois dos eventuais erros observados nos números apresentados sobre a corrida presidencial do primeiro turno, os institutos de pesquisa entraram na alça de mira de grupos políticos que se sentiram prejudicados, notadamente ligados ao bolsonarismo. A grita mobilizou a reação de órgãos como o CADE e a Polícia Federal, que pretendiam iniciar um processo de invetigação envolvendo o trabalho desses institutos. O Presidente do TSE, o ministro Alexandre de Moraes, acaba de impedir que tais investigações prossigam, sob o argumento de sua absoluta inconsistência. Segundo seu despacho, não há uma motivação concreta que suscite a prática de possíveis desvios de conduta, exceto especulações ou ilações, o que recomendaria não permitir a continuidade das investigações.
Conforme já discutimos em outras ocasiões, há vários motivos pelos quais os institutos possam ter cometidos alguns equívocos em suas pesquisas de intenção de voto, nenhum deles, porém, relacionados a deliberações intencionais ou motivados por interesses particulares. Algo, de fato, precisa ser corrigido, mas no que concerne ao aperfeiçoamento dos métodos de pesquisa, um trabalho sobre a confiabilidade da amostragem - uma vez que os dados disponíveis são inseguros - e coisas assim, dentro do terreno técnico, nunca enviesado pelo critério político.
Uma matéria da revista Veja, tratando deste assunto, mostra que as discrepâncias permanecem, com tendência a um revival agora no segundo turno das eleições presidenciais, o que significa dizer, entre outras coisas, mantidas as condições em que os índices foram apresentados no primeiro turno - onde o Paraná Pesquisas constituiu-se no instituto com o maior escore de acertos - que nada ou pouca coisa se corrigiu em relação aos métodos utilizados pelos chamados grandes institutos. Talvez continuemos neste diapasão até o final das eleições.
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